quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

PERGUNTE AOS MÉDICOS.

Estamos vivendo o momento mais delicado de nossas vidas com essa pandemia.

Ela só cresce, as vacinas começam a ser aplicadas, alguns países dormiram em berço esplêndido e não tem nem seringas para quando elas chegarem, seguimos amedrontados, acuados e espantados com a irresponsabilidade de muitos e é claro com esse vírus.

Pessoas ainda não acordaram para a realidade que está à frente dos nossos narizes.

As opiniões são as mais variadas, desde negar a gravidade desse vírus até a possibilidade de isso ser algo sobrenatural, como interferência cósmica para um expurgo coletivo de vidas, o que estaria na programação do Universo para a transição do Planeta e então nada poderíamos fazer.

Seja o que for, devemos fazer a nossa parte, nos protegendo e protegendo o próximo.  Não dá para isentar aqueles que desprezam o perigo desse vírus, se omitindo ou propagando a doença ao se exporem indevidamente em aglomerações que poderiam ser evitadas.

Não me refiro a quem precisa do trabalho, seja ele de qualquer natureza, mas àqueles que se julgam super-homens e saem para desafiar, confrontar, ironizar algo que é muito sério.

A maior prova de que a pandemia é concreta, real, são as lotações dos hospitais.   São os milhares e milhares de vidas perdidas.  Pergunte aos médicos, enfermeiras, atendentes, se a Covid-19 não é algo que eles nunca viram?

Há quem se conforme entregando nas mãos de Deus e deixando de se cuidar.    Ter fé é super importante e necessário, mas temos a responsabilidade sobre os ombros.     É claro que a Vontade Maior predomina, somos frágeis nesse sentido além de impotentes, mas precisamos arcar com as delegadas missões que nos foram confiadas ao virmos para esse planeta.

A ciência continua mergulhada em pesquisas e estudos, incessantemente, num trabalho hercúleo e sempre digno de aplausos.   Os institutos que produzem as vacinas têm histórico de respeito e de credibilidade, jamais podendo ser levantados como suspeitos.      Afora o que virá como remédios eficazes no tratamento desse mal e que já estão bem adiantados, felizmente.

Concluo reforçando que a esperança é que nos move.    Sempre nos moveu.   E não será agora que iremos abandona-la.    Apenas o post é um alerta sobre a gravidade do momento e tudo o que podemos fazer e que estiver ao nosso alcance.    Os irresponsáveis continuarão na deles, insensíveis, frios, bobões, mas NÓS, não.       


 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

MEU AVÔ ESTAVA CERTO.

Me lembro quando meu avô paterno, seu Antônio, lá pelos idos dos anos 50, fazia duras críticas aos governos desse País ( de todas as esferas ).

Aquilo me intrigava e preenchia minha vazia cabecinha com muitas perguntas e dúvidas sobre as pesadas observações que meu avô fazia aos políticos.   Pensava: será que ele não está exagerando?   

O tempo passou e eu crescendo, amadurecendo,  constatei cada vez mais a veracidade e o sentido justo das palavras do seu Antônio.

O fanatismo de algumas pessoas já naquela oportunidade por esse ou aquele político saltava aos olhos.   Tinha o janista ( Jânio Quadros ) tinha o Ademarista (Adhemar de Barros) e outras figuras que detinham a arte de engambelar o povo com discursos inflamados, vibrantes, mas sem qualquer conteúdo prático em resolver as questões sociais.

Vejam como isso tudo é coerente pois em décadas de Brasil o povo continua sem emprego, saúde e educação.    Olhem o quanto os políticos que ocuparam cargos importantes no País foram inoperantes, falsos, omissos.    É só ver como estamos nessa passagem de 2020 para 2021.

E nada mudou.

Hoje, assim como sempre, levantam-se bandeiras de partidos e de políticos, aplaude-se sem parar esses oportunistas de plantão, fazemos questão de ser enganados por eles.    

Eles não se comovem por nada.     Apenas quando perdem eleições ou cargos importantes.

Alguém já disse certa vez que "o povo é um detalhe".   E é exatamente assim que eles pensam.

A máquina administrativa segue inchada, obesa, desperdiça-se muito dinheiro com mordomias, tem dinheiro pra tudo que eles pleiteiam, mas quando é para beneficiar ou socorrer o povão a frase está feita: "não tem dinheiro em caixa" ou "vai estourar o orçamento".

Agora na pandemia, então, eles escancararam a pobreza de caráter e a falta de amor ao próximo.

O Brasil está perdendo até para a Argentina na campanha de vacinação, além de outros minúsculos países do planeta.      O que mais se viu na pandemia no meio político foram indecentes quedas-de-braço ideológicas ( que podemos traduzir em campanha presidencial 2022 ).

Dá vergonha dos homens da política que temos.     Oportunistas, exploradores, frios de alma, egoistas, além de DESPREPARADOS.    Isso tudo é visível.      Não vê quem não quer ver.

Reforço no final desse comentário que NÃO EXCLUO nenhum político de tudo o que escrevi, e penso.   As observações de desprezo e de angústia servem a todos, desde quando esse País foi descoberto.

Não consigo e nunca consegui levantar bandeira por nenhum deles.     Mas reconheço a arte do palavreado empolgante e contagiante deles.   Mas é bom lembrar que no mundo animal temos até o papagaio, que fala.     Com todo o respeito a essa ave linda e bem nossa.






    


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

A VACINA

Diante de muitas perguntas pelas redes sociais sobre quando voltaremos às narrações pelo Sportv/Premiére, esclareço que a empresa não está escalando as pessoas acima de 60 anos, consideradas do grupo de risco.   

Não temos feito as narrações de casa porque a Engenharia entende que as conexões via internet nem sempre são seguras em sustentação e qualidade para esse trabalho, que é longo e tem outras intervenções no decorrer.    Os técnicos da área preferem  preservar a qualidade, o padrão sempre oferecido a quem sintoniza os canais do Grupo.

Os narradores da casa acima de 60 anos e que seguem preservados são Galvão Bueno, Milton Leite e eu.      Somente deveremos retornar quando a vacina estiver disponível.

Minha última transmissão foi em 14 de março num jogo do Paulistão entre Internacional de Limeira e Palmeiras.     

Reitero que faço esse post em respeito àqueles que ainda não sabiam dessa norma adotada pela empresa com os acima de 60 anos de idade e vez ou outra indagam sobre o assunto.

Ainda vivemos a pandemia e seguimos com a responsabilidade de tomar todos os cuidados recomendados pela Ciência médica.    Mas firmes com a esperança viva de logo as vacinas estarem à disposição de todo o povo, assim como já vem acontecendo em outros países.

Que as autoridades responsáveis, em todos os níveis, deletem o aspecto político e se debrucem exclusivamente nessa prioridade que é a vacinação em massa.

Que pelo menos uma vez na história OS POLÍTICOS tomem juizo e pensem na população.

É a nossa esperança.



sábado, 5 de dezembro de 2020

ESTÁ MUDANDO? HUMMM......

Já deu pra perceber que nem a grande chacoalhada da Pandemia foi suficiente para melhorar nossos comportamentos pessoais e sociais.

O Universo, que ao contrário do que muitos pensam é operante e proativo, nunca vai se cansar de mandar recados e de fazer reprimendas.

Aliás, o planeta Terra já foi tantas vezes avisado - é só ler a história - sobre a necessidade de mudança no comportamento humano que muito já deveríamos ter aprendido.

A humanidade já levou muitos tapinhas no bumbum e pouco se mexeu para acordar.   Insistimos em prosseguir na mesma linha de conduta, ou seja, a de desrespeitar o próximo, a de cometer crimes contra a natureza, a de não perdoar em situações que assim se exige, a de colocar o amor em último plano.

Resumindo, duas palavrinhas fortes:  RESPEITO e RESPONSABILIDADE.

Eu acrescentaria HONESTIDADE, embora as duas já a contenham.

Enquanto continuarmos a bater e a esconder a mão, o planeta e nossa convivência estarão seriamente comprometidos.     Enquanto seguirmos ignorando o Grande Computador Cósmico que existe e a tudo registra, estaremos somando erros e mais erros em nossos currículos vivenciais num comprometimento imensurável.     Ao contrário, se praticarmos o BEM e emitindo energias das mais puras, os ares do planeta só retornarão coisas boas a nós.

Lamentavelmente, porém, o que se constata é uma quase imperceptível mudança nas pessoas.

Inteligência, discernimento, avaliação do que é certo ou errado todos somos capazes, mas ainda assim persistimos nas agressões à lei de progresso e da evolução moral, que é uma Lei do Universo.  Teimamos em não pratica-la.

Essa pandemia mexeu com todo mundo e em vários setores da sobrevivência, positivamente para uns, negativamente para outros.     Aliás, o mundo é assim.     Há as escolhas pessoais e cada um responderá por elas.     Não se trata de espada na cabeça no julgamento, nada disso, mas chamada à consciência.   E quando nossa consciência cobra, sai de baixo.      Ela é dura e implacável.     Dessa cobrança íntima ninguém escapa.        

E pra encerrar é bom dizer que depois dessa pandemia, desse puxão de orelha do Universo a todos nós, outros virão.    A repreensão faz parte do aprendizado, mas ai daquele que não quiser aprender.    E que não nos isentemos da culpa, ou culpas, pois emitindo ares pesados como estamos há décadas os resultados só poderão ser duros e dolorosos.    






 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

PALMAS PRA QUEM MERECE.

Numa pandemia como essa e se tivermos que eleger heróis é óbvio que serão os da linha de frente na área da saúde.

Médicos, enfermeiros, atendentes, socorristas, todos os que trabalham nos hospitais, além é claro dos cientistas pesquisadores da doença e que não tem dormido para se chegar às vacinas.

Mas injustamente o que se percebe é uma preocupação muito grande em se endeusar esse ou aquele político no que tange às medidas de proteção e vacina.

Na boa, nenhum político deveria ser endeusado pelos feitos - quando fazem - porque estão em seus cargos para corresponder positivamente em prol das comunidades.     Não que seja proibido elogiar quem trabalha e trabalha bem, não é isso, mas nada de exageros e idolatria.

Ainda vemos os homens públicos como idolos, perfeitos, milagrosos, e isso tem atrapalhado muito.  Inflar o ego dessas pessoas só tem feito paralisar os estados, municipios e o País.   É contraproducente, pois eles se embriagam de vaidade e se vestem de poderosos e intocáveis, acabando por desviar do propósito inicial e fundamental que é o de cuidar de tudo o que favoreça à população.

Isso tudo sem tocarmos no assunto HONESTIDADE, INDOLE, que tanto prejuizo tem causado ao País e que é um capitulo à parte.   

A política, sabemos, existe e é necessária, o problema é a "má politica" praticada por muitos deles.    E com ela vem a constatação de como está o Brasil em todas as áreas sociais.   A pandemia contribuiu para uma situação caótica, preocupante, isso é inegável, mas e ANTES disso?

Os levantamentos e a constatação da precariedade da educação, da saúde, da falta de empregos, sem falar das roubalheiras e do quanto pagamos de impostos, são a maior prova de que o País não vem sendo cuidado como devia há décadas e décadas.

E continuamos a idolatrar....

Seguimos batendo palmas, fazendo selfies com as figuras e acreditando no que "eles" dizem e prometem.

É pra desistir e jogar a toalha?    Claro que não.    Mas devemos pensar em mudança de atitude partindo de nós, povo.     As mudanças que vemos no cenário político ocorrem, mas ainda em escala pífia e excessivamente lenta.   

Temos a democracia à nossa disposição e isso é valioso.   Podemos mudar.    Mas o que se vê é um filme repetido onde se consagram políticos igual a jogadores e clubes de futebol a todo instante.

Enfim, volto ao tópico inicial do post.     Se nesses momentos turbulentos que vivemos com a pandemia quisermos aplaudir e acreditar em alguém, o justo e o correto é torcer pelos cientistas dos laboratórios de todo o planeta, e aplaudi-los.     Esses merecem elogios e aplausos.     

Acredito em todos eles.    Neles eu acredito.     A vaidade pelos seus sucessos é toda pessoal, intima, justa.   Ninguém pode condenar alguém que se envaideceu do trabalho feito e salvou milhões de pessoas.   







segunda-feira, 30 de novembro de 2020

FÃ e IDOLO

Não é fácil ser idolo, mas no fundo todos querem.    E muitos depois se arrependem pois se perderam pelos caminhos da vida.    E há os que não se arrependem, é claro.

O assédio, a idolatria, são pressões que atormentam, descontrolam, afinal somos todos seres frágeis e quebráveis intimamente.

Raríssimos aqueles que conseguiram ou conseguem dominar a idolatria recebida.   E os que idolatram, da mesma forma.     Acabam perdendo até a identidade pessoal, ficam irreconhecíveis aos olhos mais próximos.

A idolatria é quase sempre sufocante e inebria o alvo deixando-o com os pés fora do chão.   

Assim como na vida social simples e corriqueira do nosso dia a dia o "álcool" se fixa como uma muleta, nos grandes personagens - seja de qualquer atividade -  ele se potencializa.

Quantas personalidades poderíamos relacionar que se perderam pelos caminhos das drogas - lícitas e ilícitas - ao longo de décadas.        Dezenas e dezenas.      Centenas.      

A idolatria é um desafio gigante para qualquer cabeça.     Os idolatrados que conseguem se segurar fazem parte de uma minoria e certamente em algum momento estiveram à beira do abismo.     É muito tentador e acaba conduzindo a patamares muito elevados de valores.   

Não há como interromper essa cultura, evidentemente, sempre haverá fãs e idolos, até porque muitas vezes o exemplo limpo pode contribuir positivamente para organizar cabeças, mas é um tema deveras complicado e melindroso.

Missão quase impossível é conseguir "desidolatrar" alguém.      Convencer alguém de que aquela pessoa que faz sucesso é um ente igual nas dificuldades do cotidiano e etc., é quase perda de tempo.     Psicólogos e afins conseguem bons resultados, mas essa questão nem sempre é levada para os consultórios especializados.

Idolatra-se, canoniza-se, assedia-se, na maioria das vezes sem qualquer limite.   Sem respeito às fragilidades emocionais do idolatrado.     Mas quem pensa nisso?

Sabemos que o povo "precisa" de idolos.    Há grandes estudos sobre isso.    O que se sonha é uma idolatria ponderada, inteligente, saudável e que não destrua a vida de ninguém emocionalmente.

Não é proibido admirar alguém, seja de qualquer área e setor, e nem precisa ser famoso, mas pensar e raciocinar com equilibrio e sensatez nessa "idolatria" contribuiria demais para minimizar mentes que se perdem.   Dá para fã e idolo conviverem numa boa, sem excessos e imaginações cinematográficas.   

Termino dizendo que essas minhas reflexões não tem o teor de condenar ninguém.    Nem fãs, nem os idolos.     Tudo é permitido desde que haja controle, limites, discernimento, inteligência emocional.     RESPEITO, acima de tudo.      




2020 / 2021

2020, um ano tão diferente e tão tumultuado por causa da pandemia, está chegando ao seu final.

Há quem diga que muda apenas o calendário, iremos para 2021 e os desafios continuarão pois a vida é um eterno aprendizado para quem realmente quer aprender. pois esse é um dos mais fortes sentidos da VIDA.

Viemos ao mundo para aprender, isso está mais que claro a quem quer enxergar além da matéria.

Insistimos em olhar apenas para o que conseguimos apalpar e nesse sentido acabamos desanimando, entristecendo e jogando a toalha.        É claro que isso não serve para todos porque felizmente há pessoas vivendo entre nós num eterno "cair e levantar, mas sempre sacudindo a poeira e dando a volta por cima".      Assim é que se vive.   

Se formos frios nas análises constataremos que o mundo só está conturbado, esquisito, por nossa exclusiva conta, afinal quem habita o planeta?     Quem cria os problemas?     Quem dificulta um viver sereno, tranquilo, de harmonia e paz?

Os desafiadores das crenças bradam tipo:  "Ué, cadê esse Deus que não vem resolver seus problemas e aflições?"        A maior prova de que Ele ajuda é o fato de nos dar inteligência, energia e as ferramentas para enfrentar.    Além de termos plena liberdade para decidir nossos caminhos.  Queremos autonomia e poder somente nas horas fáceis?      

Se criamos os conflitos e depois queremos que uma divindade venha resolver, convenhamos que é muita comodidade e cara de pau de nossa parte.

Quem cria os problemas é que tem de resolve-los, oras.   A vida sempre foi assim.     Pedimos ajuda, as vezes recebemos, porém o ônus é exclusivamente nosso.

Se estudarmos, se formos a fundo, veremos que TUDO o que ocorre é de nossa conta no quesito "causar".      Tudo.      Problemas pessoais e do planeta em que estamos.    

Sem falar de quando temos alegria, felicidade, realizações pessoais e profissionais, e nessas horas nem nos lembramos de AGRADECER.     Temos os méritos, é óbvio, mas o Universo contribuiu e isso é importante saber.    Ninguém faz sucesso sozinho.     Ninguém comemora solitariamente.

Enfim, nossa existência - ainda cheia de enigmas - precisa ser mais bem compreendida por nós.  O importante é não culpar nada e a ninguém, além de não se autoflagelar, mas sim estufar o peito e encarar, seja qual for o obstáculo.

E quando acontecer com a gente, nada de perguntar "por que comigo?.    Você poderá ser questionado da seguinte forma: "por que não com você?.    

E o "merecer" é algo tão profundo que melhor é nem tocar no assunto.     







 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

MARADONA

Assim como não quero que avaliem minha vida particular, nunca entro no aspecto pessoal de outrem.     Na minha profissão as vezes temos que avaliar o desempenho técnico de jogadores e treinadores, porém sem jamais tocar no que eles fazem fora de campo.

Primeiro porque não me julgo com autoridade moral para meter o bedelho pois tenho tenho mil e duzentos defeitos, e depois,  que julgar e condenar alguém é algo muito forte e onde poderemos incorrer em injustiça e desonestidade.   Não temos competência para tal e nem o direito, assim entendo.

Sempre procuro respeitar o que as pessoas são, e procuro entende-las em suas falhas e deslizes.

Apontar o dedo nunca é da nossa conta, na verdade.     Devemos orientar e corrigir rotas dos nossos entes mais chegados, desde que eles aceitem, porque é nossa obrigação educa-los e prepara-los para a dura vida que os espera.

No caso de Maradona, da mesma forma fico indignado com os comentários duros e cheios de autoridade e arrogância sobre o que ele fez da sua vida.     É claro que entendo serem os idolos sempre os mais visados e cobrados, isso é natural, mas precisamos exercitar o nosso comportamento de nunca julgar, e condenar.     Fechar a boca.

Cada um tem seus problemas e cabe a cada um procurar resolve-los.     Quem está de fora acha que tem todas as soluções e que faria tudo certo no lugar do envolvido.    É a comodidade de dar palpites, de estar distante das questões e simplesmente palpitar.

Devemos ter compaixão dos que erram, assim como gostamos da compaixão das pessoas para com os nossos erros.      E que são muitos ao longo do tempo.

Deixo claro que também não julgo quem assim procede, ou seja, quem abre a boca e tem todas as soluções para a vida do outro, mas o mundo seria mais leve e dócil se cuidássemos do nosso umbigo, que por sinal está sempre sujinho e precisando de banho.

Maradona foi o grande jogador, o craque.    Encantou com a bola nos pés.    Mas "esteve" humano e portanto frágil e suscetível de erros.

Assim como todos nós estamos enquanto não formos "chamados".     


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O VIRUS DA POLÍTICA. PODEROSO!

 A vida é cheia de dilemas.   Grandes desafios.   Obstáculos.  Além, é claro, de bons momentos e de relances de felicidade.

O grande dilema que sinto nesse momento entre nós pobres mortais é:  acreditar na classe política ou na ciência médica?

Se for pelo histórico delas é evidente que devemos ficar com a Ciência Médica, que tanto evoluiu ao longo de décadas.  Sem comparações, é claro.    

A classe política só nos decepcionou e continua a nos decepcionar.    Tanta gente já passou por ela e pouquíssima coisa melhorou para o povo, este que deveria ser o foco principal de nossos legisladores e executivos.     Concluímos, tristemente, que os políticos só se lembram de nós em ano de eleições quando ficam de olho no nosso voto.

A questão da pandemia, dos remédios e da vacina, é abordada hoje pelos homens públicos como se eles fossem doutores na área médica.    Palpitam, insinuam tendências, regem comportamentos, receitam medicamentos, discursam como se estivessem num palanque, e desafiam a Ciência que tanto estuda e pesquisa.     

Profundamente lamentável o histórico da classe política brasileira.    É muito bla bla bla e quase nada de ações sociais e de união suprapartidária nas crises.    É ódio imperando nas campanhas, diz que diz, mentiras, ataques pessoais, arrogância, em suma, um festival de bizarrices e de enganação.

Ainda me espanto quando constato pessoas idolatrando políticos.    Haja psicologia para explicar tal comportamento.    Somos contundentemente triturados por eles em todas as áreas e ainda queremos carrega-los no colo, endeusando com as abomináveis selfies, aperto de mãos e beijinhos.     

Já disseram que toda idolatria é doentia.     Ela cega, bloqueia as mentes, mexe com o mais baixo instinto das pessoas e as reduz a nível raso de inteligência e a discernimento zero.   

Querer negar a ciência médica é como estar doente e se negar a seguir as orientações técnicas e a tomar os remédios.     

Claro que cada um tem seu livre arbítrio, seu direito de escolha, e sempre deve ser respeitado, mas há momentos graves - como esse que estamos vivendo - que o prevalecimento do bom senso deveria ser prioridade.      Salvar vidas, ou procurar salvar, é dever básico nosso.

Quando a gente constata que em meio a uma pandemia histórica políticos duelam por protagonismo como se fosse uma competição esportiva, ao invés de se juntarem e formarem bloco forte no combate a ela, mais nos  convencemos  da irresponsabilidade de todos eles.

Irresponsabilidade, frieza, individualismo, insensibilidade.  Despreparo.   Por sinal, marca registrada deles.

O Brasil sempre foi vítima da "má política".    Política existe e é necessária em qualquer atividade, mas a "má política" é uma doença grave, arrasadora, sempre condenável.    E a cada eleição e à cada nova safra de políticos que chegam às assembleias e cargos executivos, desanimamos fortemente.    Pouco ou quase nada muda.     

Sem perder a esperança, obviamente.    Mas conheço muita gente que já jogou a toalha e abandonou as urnas, cansada, decepcionada com tudo o que viu em décadas e décadas.   E não tiro a razão dos que "aposentaram" o voto.    Há limites em cada um de nós, não é?

Pedem tanto para que votemos "conscientemente" e isso me parece temos feito, porém quem elegemos não tem a mínima intenção de ser CONSCIENTE, responsável, ético, comprometido.   É o que temos visto há muito tempo, infelizmente.      Nosso País não tem saído do lugar.

Ah mas temos as exceções, alguns poderiam estar dizendo agora, sim devemos ter.    Porém a análise tem de ser feita pelo TODO, por tudo o que temos visto desde antanho.     

Há crimes e crimes que os homens de paletó e gravata, mais os penduricalhos, cometem, mas sonegar união e solidariedade mesmo com os antagonistas políticos em momentos de caos sanitário é CRIME com C maiúsculo.     

O "bichinho" da política é também um vírus.   E ele encontra terreno farto para contaminar.  É muito invasivo.    E ainda não temos uma vacina para combater esse "bichinho" que tanto gruda nas vísceras dos políticos brasileiros.       Esse vírus a Ciência Médica não tem como enfrentar, lamentavelmente.    







segunda-feira, 16 de novembro de 2020

FORA DO AR

 A empresa em que trabalho segue preservando os funcionários acima de 60 anos, de todas as áreas, mantendo-os em casa e esperando o momento certo para que retornem às atividades "in loco".

Os que podem atuar via internet de suas casas já o fazem há meses, portanto sem prejuizo da continuidade dos serviços.    Galvão, Milton Leite e eu, narradores da casa, seguimos sem participar das transmissões e aguardando a liberação da empresa.

Ressalto toda a atenção que temos recebido dela, assim como todos os demais colegas de outras áreas, no sentido de estar alerta para qualquer eventualidade de auxilio e apoio.

Embora a questão já venha sendo divulgada desde o inicio da pandemia, achei oportuno e interessante fazer esse post e mais uma vez reforçar a razão de nossas ausências nas jornadas.

Quando voltaremos?  É impossível dizer pois tudo dependerá do andamento da pandemia e quando a empresa entender que seja seguro isso acontecer.    Ou quando tivermos a vacina, evidentemente.

Agradeço a todos aqueles que sempre vem perguntando e abordando esse assunto.   


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

FINADOS. A MORTE?

Finados, dia de memorizar com saudade e amor aqueles entes queridos que nos deixaram.

Cada um com suas crenças e convicções religiosas faz sua mentalização e se conecta com quem partiu.

É sempre um duro golpe a perda de alguém que convivemos, gostamos, amamos, admiramos.  Por mais que exercitemos o encarar da realidade mais palpável de nossa existência, quando acontece o coração chora e se contrai.   

Minha primeira perda de um ente querido foi em 1958, exatamente no dia de finados, de meu avô paterno, seu Antonio.    Eu com meus quase 10 anos de idade vi toda aquela movimentação no sitio onde morávamos - de propriedade dele - e me impressionei bastante.

Meio sem entender absolutamente nada do que estava ocorrendo tenho lembrança que meus pais me levaram para a casa de uns tios, como querendo me poupar daquele clima fúnebre que ventilava no local.      Morávamos praticamente todos juntos no local e a convivência era muito próxima.

Com meu avô percorria toda a propriedade durante o dia querendo ajuda-lo nos afazeres rurais e me sentia importante quando ele elogiava algo que eu fazia.   

E é claro que depois ao longo da minha vida tive outras perdas muito dolorosas, como meus pais e dois irmãos, além de membros da familia muito queridos.

Há mortes e mortes.    As que são até previsíveis(?) em razão de doenças avançadas e de pessoas muito idosas e aquelas que chamamos de "prematuras", de pessoas que no nosso entender eram muito novas para a partida.   

Nossas conclusões, verdadeiramente, não têm a menor importância, pois somos pequenos para o entendimento.   Apenas que buscamos justificativas e tudo de acordo com o que "achamos" que é o correto.

Prefiro entender que o Universo ( Deus, ou como queiram chamar ) é infinitamente superior à nossa inteligência e que em assim sendo nada de injusto faria conosco.

Viemos a esse planeta com a permissão Deles e sairemos daqui da mesma forma.     E ninguém será esquecido ou abandonado quando se livrar da matéria, do físico, da carne.    Nossa essência é inteligente, é  imortal, portanto não perece como a matéria, segue viagem pelo Universo.

A consciência jamais morre.    Levamos junto, aliás, é ela que nos conduz na viagem pós-física.

E essas ponderações, reflexões, independem de qualquer segmento religioso.   Está acima de conceitos da religião, que por sinal foi criada pelo Homem e que é altamente importante para as pessoas.

Morre o corpo físico, que serviu de instrumento para a nossa missão aqui, e conexo com as condições do Planeta Terra.    Nada morre, tudo se transforma.    Mudamos de dimensão, de vibração, quando deixamos a perecível matéria e que por sinal se decompõe rapidamente.

Portanto, nesse dia de homenagens aos que se foram, é confortante e importante pensar que NINGUÉM MORRE, a Natureza não mata, apenas cumprimos etapas.    E as etapas são intermináveis na caminhada cósmica.     

E que Deus, nas mais diversas religiões, faria nascer pra depois MATAR?      A inteligência e a superioridade dos deuses são inimagináveis à nossa compreensão.     Sejamos humildes em nossa ignorância para reconhecer que não há castigo do Universo a ninguém, nenhuma injustiça a quem deixa de habitar esse ainda pequeno planeta no contexto cósmico.

Temos nossas missões e essa é apenas uma das etapas, aqui na Terra.    E se quisermos nos aprofundar nas coisas que chamamos de "injustiças" em muitos casos, é importante estudar as teorias de vidas passadas e suas ligações com os acontecimentos de agora.    Tudo bate.    Tudo se encaixa.     É bem interessante.







quinta-feira, 29 de outubro de 2020

GUERRA? TO FORA!

 1991

Prosseguindo com os torneios de masters da Band sob o comando de Luciano do Valle houve um em Miami.

Todos se dirigindo ao aeroporto de Cumbica/SP para o embarque.

Delegação da equipe e nosso time de comunicadores para as transmissões.

Todos ajeitando as bagagens, cada um buscando seu lugar, corredores do avião congestionados nessas horas, e a partida para os USA estava bem próxima.

Sem celulares nesses tempos aqui no Brasil cada um que adentrava o avião trazia as últimas informações ouvidas nas rádios momentos antes de embarcar.

E eis que surgiu uma noticia/bomba:  Guerra do Golfo deflagrada.    

Impacto para todos pois estávamos prontos para voar aos Estados Unidos, então envolvido nessa guerra.    Olhos arregalados, perguntas das mais diversas sobre se teríamos ou não o Torneio, dá para imaginar como ficamos nessa hora.

Na verdade esse conflito já havia começado em 1990 quando o exército iraquiano invadiu o Kuwait e os desdobramentos não pararam culminando com esse de janeiro de 91.

A verdade é que houve pânico dentro da aeronave.    Nossos diretores procuravam tranquilizar a todos dizendo que o torneio haveria, sem nenhum problema.

As comissárias de bordo, perguntadas a todo momento se o avião decolaria mesmo assim, e elas confirmavam que o voo estava dentro do horário e sairia normalmente.

Fechadas as portas da aeronave surgiu um problema ( mais um ).

Faltava um passageiro.   Um dos jogadores da seleção de masters teria "fugido".    E quem estava a seu lado testemunhou que ele se apavorou com a noticia da guerra, pegou a mochila e se mandou dizendo "guerra?  To fora!"   

E esse jogador era o Paulo Izidoro, apelidado no futebol como Tiziu, com passagens pelo Atlético Mineiro, Grêmio, Santos, Guarani, seleção brasileira e outros clubes brasileiros.

E a seleção viajou, fez os jogos, o torneio teve boa presença de público, com sucesso, enquanto na televisão assistiamos aquelas imagens dos mísseis cruzando os céus do Iraque....( sem o Tiziu ).

* detalhe desse torneio em Miami:  pela primeira vez eu tive contato com um aparelho celular, alugado nos USA pela rádio Bandeirantes e utilizado pelo saudoso repórter Cândido Garcia.




quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O REI DO GATILHO.

Certa vez num estádio do interior de SP lá estávamos pela Band para mais uma transmissão de futebol.

A meu lado Mário Sérgio Pontes de Paiva, saudoso e querido amigo.    Fiz dezenas e dezenas de eventos com o Mário e conheci o "outro lado" dele, o da generosidade.

Nesse estádio, onde não havia cabine para as emissoras de televisão, fomos colocados quase que em meio à torcida das cativas, apenas separados por uma frágil cerquinha, de um metro de altura.

Mário era o alvo dos torcedores mais exaltados, principalmente pelo seu temperamento franco e direto nos comentários, jamais se policiando ao se expressar, embora profundo conhecedor do futebol e um dos melhores com quem dividi as jornadas.

O time da casa perdia o jogo e aqueles torcedores se dirigiam ao Mário e o ofendiam.   Alguns até com ameaças daquelas que bem conhecemos em estádios.

Terminado o primeiro tempo foi inevitável uma pressão maior pra cima da gente.    Sobravam palavrões aos nossos ouvidos e aos poucos eles se aproximavam mais de nós.

Confesso ter temido agressões a qualquer momento.    Policiamento?     Zero.

Num determinado momento eis que Mário Sérgio abaixa-se e pega a sua bolsa tirando dali o seu calibre 38 que sempre levava consigo.     Por isso também era apelidado de O Rei do Gatilho.

Tirou o revólver da bolsa, engatilhou e disse:  "venham agora, podem chegar!"  

Como num passe de mágica os valentes cidadãos DESAPARECERAM.      Escafederam-se.   

Ficou um deserto à nossa frente nas cativas.        Correria e aí chegou o policiamento para perguntar "o que tinha acontecido?"    Relatamos aos policiais e aí a coisa pegou, porque os guardas queriam tomar a arma do Mário.

Argumentamos e invocamos a legítima defesa, pois aqueles vândalos iam nos atacar, nos agredir e só restou rechaça-los intimidando com a arma.

Em resumo, com a chegada de um capitão a arma ficou com o Mário, reforçou-se a segurança à nossa frente e pudemos seguir com a transmissão.

Detalhe:  na confusão toda perdemos uns 2 minutos do inicio da segunda etapa.    




 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

AS SAPATADAS DE UM TRICAMPEÃO

Já contei esse acontecimento mas foi tão marcante que volto a escreve-lo.

Chegamos a Tandil, interior da Argentina, 1996, pré-olímpico de futebol

Na nossa equipe da Band estava o tricampeão do mundo, Tostão.

Tandil, cidade pequena, poucos hotéis, e no que estava destinado à nossa equipe mal cabíamos dentro dos quartos.   Ou entrava a gente ou as malas.

Vexatório, portanto, principalmente pelo fato de termos um campeão do mundo junto.

Reviramos a cidade e o único com disponibilidade também era modesto, pequeno, mas ao menos com quartos um pouco maiores.    Lá fomos nós, então, um pouco mais para o centro da cidade.

Nosso hotel, porém, tinha um inconveniente: os pernilongos.     Parecia que o "ninho" dos ditos cujos se concentrava no local.     Nunca vi tantos.

Na hora de dormir primeiro havia a batalha de exterminação dos danados ( ou uma tentativa de acabar com eles ).     Na recepção haviam acabado os recursos para combate-los, evidentemente, porque todos os hóspedes queriam os repelentes inseticidas e etc.

Então não nos restava outra opção a não ser abate-los com nossos pertences.   Os sapatos e chinelos eram as armas mais eficientes.    Eu e Tostão dividíamos o quarto e chegamos à conclusão que nem em Minas Gerais e nem em Americana, nossas cidades, havia tantos pernilongos.    Nunca tínhamos visto tal cenário.

Não é preciso dizer que durante 15 dias aproximadamente as paredes do quarto estavam todas marcadas pelos nossos pisantes.     E nem precisa dizer que na hora do checkout o gerente quis cobrar a pintura das paredes.  

Travamos um severo diálogo com a gerência e evitamos a cobrança, evidentemente.

Um colega da equipe até brincou com o cidadão dizendo que ele jamais deveria mandar pintar aquela parede, pois alí estavam as "sapatadas marcantes" de um tricampeão do mundo:  TOSTÃO.




 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O PROTAGONISTA, O COADJUVANTE E O FIGURANTE.

Na minha carreira profissional nunca almejei ser O protagonista.    Sempre achei que não tinha suporte psicológico para tal.     E acertei.

E me realizei, pois até hoje sou um coadjuvante, ou figurante, mas com a consciência limpa e tranquila de que todas as atividades precisam desse elemento.

No cinema, nas novelas, enfim, em todo trabalho artístico, as grandes obras não podem ser feitas apenas com o protagonista.   Os figurantes, os adjacentes, todos são muito necessários, vitais para que tudo se encaixe.

Pelé, como exemplo, o aniversariante do momento, fazia magistralmente a sua parte, contudo o restante dos times em que atuou ( Santos e seleção brasileira ) tinha outros craques fenomenais.

Ninguém resolve uma parada sozinho, essa é a verdade.    Tudo gira em torno de uma equipe.   Até os grandes tenistas da história tiveram uma "equipe" de trabalho, de preparação, de ajustes.

Recebo elogios, felizmente, mas quando sou criticado por ser "mais um" fico na minha e a consciência me tranquiliza dizendo:  você faz seu trabalho profissionalmente e se coloca no seu lugar.   Nenhum trabalho é menor se ele for efetuado com efetividade e utilidade em um esquema.

Alguém disse certa vez:  ser famoso dá muito trabalho.     E é verdade.    Haja suporte para tantos compromissos, badalações, críticas e invasão de privacidade.

Por isso também que muitos famosos sucumbem e se perdem nas águas da popularidade.   A carga é forte sobre os ombros e a mente.

E o perigo disso tudo é a FUGA.    Os caminhos que enganosamente amenizam os problemas de ser muito famoso são os mais diversos e quase sempre altamente perigosos.

Num mundo de maldades e de atiradores verbais no anonimato é necessário maturidade, equilibrio, compreensão dessas mentes e ser superior.    Além, é claro, de ter a consciência limpa e bem assentada.     

Por isso, não se diminua se na sua atividade você não protagoniza aos olhos de alguns.   Toda atividade produtiva, honesta, ética, tem muito valor e merece muito respeito.   

É apenas uma visão sobre o tema.    Nada profundo e cientifico, obviamente.



sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O PERIGO DAS PESQUISAS E COMPARAÇÕES

Presto muita atenção em tudo e especialmente nos detalhes. 

Minha profissão, na verdade, sempre exigiu isso.   Olhos ligados a todo momento em tudo o que se movimenta à minha frente quando de um evento esportivo.   Nada pode passar despercebido.

Por exemplo, quando Pelé começou a aparecer para o futebol nos anos 50 jogando pelo Santos e logo pela seleção brasileira eu ouvi de pessoas mais velhas que "o neguinho é bom" mas não chega aos pés de Friedrich, Leonidas da Silva e outros veteranos da bola.

Claro que isso está dentro do ser humano, o saudosismo, supervalorizar as coisas e os idolos de outras épocas, o que dá para entender o que acontece até os dias de hoje.

As novas gerações idolatram os jogadores de agora pois é o que eles estão vivenciando, vendo, batendo palmas.   É o que está à frente de seus olhos.

Exemplo:  os sãopaulinos de hoje elegem Rogério Ceni como o maior goleiro do Tricolor.   Mas se você consultar quem hoje tem 60, 70 ou 80 anos idade, houve muitos outros arqueiros espetaculares vestindo a camisa saopaulina ( José Poy, Sérgio Valentim, Valdir Peres, Zetti... ).    

Da mesma forma em outras posições do time.   Os mais vividos elegerão craques notáveis como Pedro Rocha, Roberto Dias, Canhoteiro, Zizinho, Bauer, Gerson, Mauro e por aí outros tantos.

É claro que fica difícil dividir em faixas etárias as pesquisas, então tudo é num pacote só, mas ficando apenas com os votos atuais da maioria ( jovens ) cometem-se injustiças graves com os jogadores do passado.

Nem falo em "comparações" que poluem as páginas e telas, pois essas são tremendamente injustificáveis.   Misturam-se as épocas, os estilos de jogo, características de cada atleta, e fica impossível um resultado justo e com méritos a cada envolvido.

Procuro sempre me excluir de qualquer trabalho comparativo dando opinião.   Ou quando participo sinto que não agrado pois exponho essa minha tese da injustiça no resultado da pesquisa e a rejeição à minha participação é notória.

Por essas e outras, cada um no seu tempo.   Cada um na sua época vivida.   Enalteçamos os que brilham no presente sem nos esquecermos daqueles que brilharam no passado.

Mas para isso é necessário que se pesquise, que se aprofunde nas investigações, que se conheça a história dos clubes e seus grandes idolos, cada um no seu tempo.    

   

terça-feira, 20 de outubro de 2020

PELÉ 80

Pelé, obra de Edson Arantes do Nascimento, completa 80 anos de vida.

Dispensável relatar tudo o que ele fez com a bola nos pés.   Os documentos com imagens estão liberados para quem quiser ver.    Talento inigualável, assim defino.    Eu que nunca gostei de comparações de talentos e em nenhum setor de atividade,  pois cada um tem sua história com virtudes e defeitos, também não quero comparar outro atleta com Pelé.

O que vi dele em campo só posso dizer que me encantou sobremaneira, aliás encantou o planeta cravando sua imagem, eternizando sua aura e arrancando aplausos por onde passasse.

Pelé nasceu com o dom de maravilhar as pessoas num jogo de futebol.    Inteligente, driblador, visionário de jogadas, atleta, um dos maiores fazedores de gols da história mundial.

Tive a rica oportunidade de conhece-lo melhor na cobertura da Copa do Mundo/1986 no México quando ele integrou a equipe de Luciano do Valle pela Band.

Ficamos 30 dias em terras mexicanas e meu testemunho é o reconhecimento das pessoas pelo que ele representou jogando bola.   Ele não conseguia dar um passo no Centro de Imprensa pois era assediado direto para abraços, fotos e autógrafos.    E sempre com paciência e muita atenção a todos.

Aquela campanha da Seleção em 70 no México cravou fundo no coração dos mexicanos e eles passaram a ser os idolos dos astecas que viram e se encantaram com o futebol então jogado.

O amigo radialista Rogério Assis me enviou um material que está no youtube sobre aquele jogo comemorativo de 30 anos atrás em Milão quando o Rei fazia meio século de idade.

Eu e Mário Sérgio(saudoso e querido) fizemos aquela transmissão pela Band e foi um momento muito especial para esse comunicador.      Uma escala que foi um presente, na verdade.

PARABÉNS, PELÉ!!!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A "VALENTE" COVARDIA.

Amigos e companheiros de imprensa seguem sendo ameaçados de morte quando opinam e não bate com a de quem os lê, ouve e assiste.

A covardia se esconde pelas redes sociais mas o que esse pessoal não sabe é que é possível descobrir de quem partem as ameaças.

Ficar no anonimato pela internet está cada vez mais impossível e portanto TODOS podem ser facilmente localizados nesse universo.

Assim como os hackers invadem nossas contas bancárias e sociais, também a polícia tem como vasculhar e chegar até a fonte dos covardes.

A democracia permite que discordemos de opiniões e as contestemos, desde que haja respeito, educação e fineza de tratamento.

O que se constata nos dias de hoje, tristemente, é a total irresponsabilidade de quem se utiliza de whatsapp, instagram, facebook e tudo mais.    É evidente que não podemos generalizar, mas o volume de pessoas que passa dos limites de comportamento inteligente é muito grande.

É evidente também que isso retrata o grau cultural do brasileiro, que está no mais baixo nível.

Ofender, ameaçar, tripudiar sobre alguém de quem se discorde em qualquer assunto virou uma triste rotina.   E sem limites.

Colegas jornalistas dia desses foram pressionados e ameaçados de morte só porque emitiram opinião contrária a outras pessoas.     Não é estarrecedor?

O mundo não será melhor enquanto tivermos esse naipe comportamental, que açoda, tumultua, inverte as verdades provocando o terror à base de pura covardia, o anonimato.

Que os processos aumentem e que cada vez mais os irresponsáveis sejam pegos.   Não podemos ser reféns de inescrupulosos.    Essa batalha vale a pena a gente travar.     


 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

O TREINADOR CAIU.

E os treinadores continuam caindo.

Não tem jeito, vivemos no futebol exclusivamente de RESULTADOS.    Ganhou o cara é gênio, não ganhou o cara é defenestrado imediatamente.

Todos chegam falando em "projeto" e assinando vultosos contratos pois os dirigentes seguem agindo sem nenhuma responsabilidade fiscal,  estipulam multas altíssimas - e já de olho nelas, evidentemente - e assim vamos seguindo na rotina pobre da bola.

As torcidas organizadas(?) seguem agindo oportunisticamente e agendando reuniões(?) com jogadores e treinadores de seus clubes, na maioria das vezes no sentido político e menos na paixão pelo time, e nada muda.

O futebol ainda sobrevive graças à sua essência, que é fascinante, mas com pouquíssimos casos de agremiações trabalhando com organização, equilibrio, serenidade e pés no chão.

Os discursos de modo geral são sempre os mesmos, pouco criativos, e muito convenientes com o que ocorre à volta.

Ainda temos aquela coisa de "futebol é diferente, é um caso à parte" e que pode fugir ao bom senso e aos bons costumes sociais.     Errado.     Futebol, em sendo profissional, precisa ter normas compatíveis com a sua responsabilidade social e empresarial.   Não há mais lugar para amadores dirigindo os clubes e nessa tecla muitos vem batendo faz tempo.

Assim como a criminalidade e a corrupção no País, fatos tão comuns e corriqueiros, também no futebol corremos o risco de banalizar tudo isso.    Dar de ombros como se fossem normais tais ocorrências.

E os que se manifestam, se rebelam, muitas vezes recebem críticas e ameaças, tamanha a força que o MAL tem em quase todas as áreas.    Está muito complicado, Brasil.

Conheço treinador de futebol que até hoje, passados vários anos, ainda recebe pagamentos referentes à multa rescisória - o que lhe é de direito, obviamente - enquanto o clube envolvido está mergulhado totalmente nas dívidas.    E os dirigentes que agiram irresponsavelmente, alguns já morreram e outros já estão em outras atividades.

Ninguém é responsável por nada, a não ser a associação clubística, é claro, que ficou com o grande abacaxi nas mãos.

Uma pena, pois esse esporte é apaixonante, envolvente, tem raizes fortes em nossa cultura, e não merece tudo o que está acontecendo ( e já faz tempo ).



quarta-feira, 7 de outubro de 2020

A IMBECILIDADE CAMPEIA.

O exercício de entender a imbecilidade é dos mais árduos, cansativos, mas na verdade não é difícil compreende-la.    E tudo se fecha na paixão e em qualquer atividade social.

Paixão não coaduna com razão, equilibrio, neutralidade.  

No caso do futebol e os protestos de alguns torcedores(?) pinta uma ligeira revolta interior, pois normalmente a violência impera, ultrapassa limites da racionalidade, coloca em risco vidas humanas.

E é claro que "eles" só atuam em grupos, valentões, "destemidos", sob o falso argumento de paixão ao clube e outras baboseiras que só enganam os que querem ser enganados.

Truculência é o recurso dos desorientados, dos que não têm contexto convincente para um debate.

Sabe-se também que em muitos desses casos de protestos os "torcedores" são massa de manobra das oposições, remunerados evidentemente, pois trabalho alí ninguém quer, ninguém aceita.

E os profissionais da bola, sem nenhuma proteção ao chegar no clube, sair do aeroporto, hotel e etc., viram alvo fácil para essa gente sem escrúpulos.

Futebol é um esporte como outros e que assim precisa ser entendido, ou seja, ganha-se, perde-se, empata-se.   É a rotina das modalidades e suas nuances.

Futebol é entretenimento.    Mexe com a razão, altera muita gente em seu emocional, mas é APENAS um esporte.   Ninguém, torcedor, fica mais rico ou mais pobre com os resultados das partidas e dos campeonatos.

Os protestos também acontecem em outros países, é claro, mas no Brasil é muito mais temerário, perigoso, belicoso.

E os clubes não fazem NADA.     Ao contrário, são coniventes com os valentões em grupo das organizadas.

E o sindicato dos atletas, que as vezes mostra a cara em alguns assuntos, nessas horas se omite ou emite comunicados protocolares e que em nada atua diretamente na proteção de seus associados.

Enfim, nada me convence de que essas manifestações são normais, naturais e pacíficas.

Há pressão, coação, intimidação, desrespeito ao direito do outro, no caso os profissionais da bola.

Volto ao tema inicial da IMBECILIDADE.    Da inconsequência.   Da valentia "em grupo".   Ou covardia, melhor dizendo.     

E sem qualquer exceção, pois à cada semana temos cenas de torcidas de clubes pelo País botando terror em funcionários das agremiações.     Nessa semana foi Corinthians, São Paulo, Cruzeiro e tal, mas por parte das outras equipes que atire a primeira pedra.   

Muito triste tudo isso.


 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

AS PERDAS DE 2020 NÃO PARAM

 A carga emocional continua sobre nossos corações nesse cruel 2020.

São tantos conhecidos, amigos e colegas que estão nos deixando.

Hoje a notícia da morte de Synésio Pedroso Jr em Campinas, com quem convivi na metade dos anos 70 na Rádio Brasil, empresa de sua propriedade, pai e irmãos.

Synezinho amava o rádio, o esporte, sempre dando força para a equipe e que tinha o comando de Sérgio José Salvucci, de saudosa lembrança.

Hoje também perdemos Dalmo Pessoa, um jornalista com todas letras e que seguia rigidamente os ditames da profissão.

Combativo, sempre muito bem preparado para qualquer debate, encarava os problemas do futebol com vigor e responsabilidade.

Dalmo estendeu generosamente a mão a mim quando cheguei para o rádio da capital.    Na Gazeta, ainda assustado com a nova casa, foi ele quem me tranquilizou e muito me incentivou.

Depois fomos juntos para a rádio Bandeirantes em janeiro de 1981.

Dalmo era o aparente mau humorado.   Seu coração era doce com a familia, os amigos, os colegas.

Foi um guerreiro na profissão e na vida.

Teve problemas na carreira por causa de sua autenticidade e sua maneira direta de mexer nas feridas das coisas erradas dos clubes e federação.  

Sou muito grato aos dois, Synésio e Dalmo.      Foram importantíssimos na minha carreira.





segunda-feira, 5 de outubro de 2020

MELHORES DO FUTEBOL.

 Coço a orelha quando vejo eleições do "melhor disso ou daquilo" no futebol.

Se tem algo difícil em termos de justiça, mérito técnico, é escolher O MELHOR de todos os tempos, pois poucos se dão ao trabalho de pesquisar o passado e normalmente as escolhas recaem sobre os atuais, os mais recentes.

Atualmente aparece uma pesquisa sobre os melhores do mundo nas posições e pouquíssimos brasileiros constam da lista de concorrentes.     Goleiros, por exemplo, não tem o lendário russo YASHIN, o brasileiro Gylmar dos Santos Neves ( campeão mundial pela Seleção e pelo Santos ) e por aí vai.

Que pelo menos estabeleçam "os melhores" à partir de um determinado tempo, pois assim não se comete injustiça com craques fantásticos que jogaram futebol no Brasil e no Mundo.

Ok, sabemos que a Fifa, as ligas européias, pouco ou nem dão bola para o futebol brasileiro, o qual eles têm como terceiro mundo nesse esporte.   Mas o Brasil ainda é o futebol que mais vezes ganhou Copas do Mundo e isso têm muito valor no contexto de conquistas.

Eles, os europeus, têm seus campeonatos fortes porque também contam com dezenas e dezenas de craques brasileiros atuando por lá.

Sabemos também que esses eventos têm cunho totalmente comercial onde os organizadores somam muitos euros e isso evidentemente pesa muito nos protagonistas envolvidos.

Particularmente essas escolhas em nada me tocam, nem assisto, mas faço o registro em nome dos atletas do passado e suas histórias.    A imensa maioria já deixou a vida, mas o respeito e o reconhecimento deveriam existir nessas horas.

Mas é claro que respeito quem aprecie e acompanhe, votando ou torcendo por esse ou aquele.

Mas dentre tantos, deixar Yashin e Gylmar fora é um crime.



sexta-feira, 2 de outubro de 2020

MORUMBI, 60 ANOS. GOSTOSAS LEMBRANÇAS.

02 de outubro de 1960.

Eu estava indo para os meus 12 anos de idade quando fui presenteado pelo tio Armando com a informação de que iríamos assistir ao jogo de inauguração do Moumbi.

Ele morava em São Paulo, torcedor do tricolor, e sabia da minha tenra paixão pelo futebol.

Creio que vocês podem avaliar a minha ansiedade, um garoto que se amarrava nas transmissões do futebol pelo rádio indo a um estádio da magnitude do Morumbi.

Foi tudo muito impactante.    Desde a saída da casa dele na rua Frei Eusébio da Soledad até o estacionamento do estádio ( terrenos vazios ao redor ) e depois o acesso ao Cícero Pompeu de Toledo.

Quando eu soube que o adversário do Tricolor seria um clube de Portugal, o Sporting, fiquei mais encantado ainda pois na minha mente infantil achava impossível um time vir de tão longe para uma partida de futebol.     Achei que isso só seria possível em Copas do Mundo, como a que ouvi pelo rádio em 1958.

Faltavam ainda alguns lances de arquibancadas para que o Morumbi estivesse totalmente preenchido.   E detalhista que já era, à todo instante perguntava ao meu tio quando o estádio estaria completo pra valer?

O tricolor venceu, e Peixinho fez o primeiro gol no estádio que agora completa 60 anos.

E há poucos anos tive a imensa honra de receber na cabine de transmissão da Arena Fonte Luminosa, Araraquara, para um jogo da Copa SP de juniores, ele, o próprio PEIXINHO.

Contei a ele sobre essa minha história vivida naquela tarde onde ele, Peixinho, revelado na Ferroviária, entrou para a história como o autor do primeiro gol no Morumbi.

Rimos muito, revivemos outras histórias, e Peixinho até hoje burila talentos nas divisões de base do nosso futebol.

60 anos, parabéns Morumbi!

* e é claro, quando podia imaginar que já adulto iria entrar muitas vezes nesse lendário estádio para exercer a minha profissão de narrador das emoções do futebol.    E teve até uma noite onde pisei no gramado e bati minha bolinha numa formação de jornalistas com a camisa da ACEESP - associação dos cronistas esportivos do Estado de São Paulo.     Onde até hoje sou um associado.



 

terça-feira, 15 de setembro de 2020

MUDANÇAS. NOVAS MÍDIAS.

Muitos negócios atualmente envolvem competições do esporte e empresas de comunicação interessadas em adquirir os direitos de transmissão.

Algumas novas ou pelo menos que sempre estiveram ausentes, outras desistindo e olhando para o mercado brasileiro e perspectivas com a crise da pandemia, as confederações e intermediários olhando apenas para o próprio umbigo e batendo o pé nos números antes da parada, enfim, um novo momento.

Juro que não me atrevo a opinar sobre negócios pois sempre fui um zero à esquerda nessa área.

Não sei negociar a venda de meu próprio carro e também se for adquirir algum.

O mundo dos negócios é muito mais complexo do que imaginamos, nós os simples mortais.

Quando ouvimos especialistas falarem sobre o assunto e o que está por detrás das transações chegamos a arrepiar.    Há manobras lícitas, é claro, ninguém quer ter prejuizo em qualquer negócio, mas também temos os artifícios pouco éticos, assim diríamos.

No caso do futebol e seus eventos devemos priorizar o torcedor, o telespectador, pois ele é o alvo principal.   Ele que consome os produtos vendidos nas transmissões e arredores consumistas.

Agora, por exemplo, nas mudanças que estão acontecendo em relação à Libertadores com a chegada de veículos de comunicação que estavam ausentes das coberturas, o torcedor terá a oportunidade de checar e avaliar se a mudança foi positiva ou não.

Que o mercado publicitário brasileiro reaja positivamente e invista mesmo em tempos nebulosos econômico-financeiros, ainda que as pesquisas apontem demorar para que haja uma volta ao que era antes e que já não era tão extraordinário assim.

De tudo isso e sempre priorizando o torcedor/telespectador, esperamos que tudo dê certo aos novos investidores e que haja suporte comercial para a grana estipulada pela Conmebol.

Cabe agora ao consumidor/torcedor ir se acostumando com as novas mídias e descobrir onde está sendo mostrado o jogo de seu time em tevê aberta e no pay-per-view.   

E cabe também respeitarmos as mudanças, tanto de quem desistiu como de quem se aventura e chega ao mercado.     Cada um tem suas razões administrativas para faze-lo.   

Criticar esse ou aquele nesse momento é precipitado e desconhecer as profundas razões das decisões.   




 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

MUITA IDOLATRIA E POUCA COBRANÇA.

O País, entra governo sai governo, continua com os mesmos problemas de sempre nas principais áreas sociais.

Nossos políticos usam e abusam da hipocrisia e do oportunismo, numa onda incrível de ludibriar a confiança popular.

Quando vejo pessoas se engalfinhando para chegar perto de um político para fazer selfie ou dar um abraço nele, juro que me dá náuseas.    

É como se você fizesse questão de querer abraçar alguém que só te fez mal ou que somente te usa para fins pessoais e partidários.

Faço essa reflexão e faço questão de deixar claro que aqui ENGLOBO toda a classe política, as anteriores e a atual.    Que me desculpem as exceções, se é que há, mas o que vemos no resultado final ( de como está o nosso País ) não dá para excluir ninguém, sejam vereadores, prefeitos, deputados, senadores, presidentes e etc.

Em ano de eleições "eles" ainda insinuam que estão do nosso lado.   Ainda nos dão um pouco de atenção, mas se ficarmos realmente atentos veremos que é NADA de concreto.   Bla bla bla conhecido e ironico.

Me desculpem se estou sendo radical, mas minhas 7 décadas vividas é que me credenciam a escrever sobre o tema.     E incluo obviamente o período do regime militar, pois vivi concretamente aqueles anos pesados e angustiantes.

Meu trabalho na época, no rádio e jornal, era torturante pois cada escorregão que desse poderia ir "visitar" os quartéis da região de Campinas.   Quantos colegas e amigos passaram por isso.

Sem falar de amigos que "misteriosamente" desapareceram.    Sumiram.    As famílias choram até hoje.

Não deveríamos ter políticos de estimação ou para adoração.     Eles são escolhidos por nós para serem nossos representantes, defensores, trabalhadores, jamais IDOLOS, SIMBOLOS.

Como brincam por aí, é mais ou menos como no caso de irmos a um caixa eletrônico, sacar o dinheiro e agradecer a ele pelo serviço feito ( favor ). 

Precisamos despertar.    Precisamos passar a entender o verdadeiro papel do político e o nosso papel de COBRAR sempre.    

Chega de selfies com eles.    Chega de idolatria.   Que sejamos mais enérgicos com eles.   Que passemos a trata-los como servidores do povo, pagos com a grana dos impostos, taxas e tudo o mais.

E olhos abertos para as promessas, papos sem conteúdo, ironias, a famosa enrolação.








 

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

AGRADAR A TODOS? NEM PENSAR.

Agradar a todos é impossível.   Isso é fato.   Em todas as áreas.

Na minha atividade, narrador, é a mesma coisa.    Nem poderia ser diferente.

Falamos para diferentes faixas etárias ao mesmo tempo.   Os mais jovens querem vibração, até além do necessário, eles estão nessa vibe de empolgação, entusiasmo, muita energia.

Há quem deseje um conduta mais linear do comunicador, sem grandes alterações na tonalidade e apenas com fidelidade ao que as imagens estão mostrando.

Os mais vividos não querem ser "agredidos" com elevação da voz por parte do narrador.

O ideal para agradar a todos(?) seria um meio-termo no trabalho, porém cada profissional tem sua marca, seu estilo, e se sentiria violentado na conduta.

Há também quem aceite que os narradores opinem, dissertem, mais se apeguem a um diálogo com o o analista da partida.    Há quem goste de separar os papéis, ou seja, que o locutor narre e deixe os comentários para quem o acompanha na transmissão nesse mister.

Por tudo isso, e muito mais, é que devemos entender as preferências e também as críticas através das redes sociais.    É natural que as funções desagradem e recebam desaprovações.

Assim como na vida, nenhum locutor agradou 100%, seja no rádio ou na televisão.

Temos que considerar também o fato de como as direções das emissoras queiram o trabalho dos narradores.    E também que elas respeitem as características do profissional.     Reconheço que já foi mais impositivo o padrão que as tevês desejavam.    Tá mais liberado e solto.

Hoje respeita-se mais a liberdade de conduta dos comunicadores.

Tem também a questão de estarmos vivendo um tempo diferente, onde a espontaneidade na linguagem e no formato da transmissão acabam se adequando à realidade popular.

Enfim, nós profissionais devemos respeitar as observações críticas e entende-las como um direito do telespectador, assim como o assistente deve respeitar o estilo do narrador.  

Cada um na sua em nome da liberdade de expressão e sentimentos, e da atividade profissional desempenhada.   


 

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

AS CARAS NOVAS DA MÍDIA.

É animador o entusiasmo da garotada cursando faculdade ou mesmo se aventurando em falar de futebol através das ferramentas que invadem a comunicação atual pela internet.

A todo instante somos consultados sobre como proceder, como narrar, qual o futuro das transmissões e tudo mais.

Digo que há tempos atrás era muito mais difícil porque só tinhamos as rádios e o mercado era bem restrito.   Hoje as oportunidades de se ter um canal para fazer de seu são bem maiores.

A questão é claro esbarra na comercialização de tudo isso.    A pandemia jogou a economia lá pra baixo e todos estão sentindo os efeitos dela.

Profissionalizar as equipes no youtube, facebook, sites e etc. é que pinta como o grande desafio.  É evidente que uma hora a economia se recupera, assim como sempre ocorreu no pós-crise,  mas enquanto isso não acontece é ir plantando para mais tarde colher.

Mas me fixo no entusiasmo do pessoal, no encanto que eles cultivam pela arte de narrar, comentar e reportar as coisas do futebol, do esporte em geral.

Os comunicadores nos dias atuais estão sendo forçados a se tornar "vendedores" de publicidade para que tenham os seus ganhos.     Cada vez mais as empresas abrem esse espaço em troca de assalariar as pessoas.    Nesse aspecto é que pega para muita gente, dadas às dificuldades nessa atividade, ou por timidez, insegurança, seja lá o que for.

Mas ao mesmo tempo, pela necessidade quantas vezes muita gente se revela em bons vendedores e toma rumos altamente promissores e lucrativos.

De tudo isso e nessas reflexões fica o otimismo pela renovação da classe.   As novas gerações são fantásticas pela vivacidade, interesse, curiosidade e consequentemente pelo preenchimento dos espaços nas mídias.

Boa sorte a todos, positivismo sempre, arrojo, empenho total diante das dificuldades e nunca se escondam na hora de pedir conselhos aos que já estão na estrada há mais tempo.



segunda-feira, 24 de agosto de 2020

BUSCAR MELHORAR, SEMPRE.

Não existe um cobrador mais indigesto que a nossa própria consciência.

Muitos ainda não atentaram para isso, outros começam a despertar e cada um em seu patamar de evolução.

Podemos fingir que somos fortes, valentes, independentes, mas chega a hora em que olhamos para dentro de nós mesmos e as cobranças começam a aflorar, a nos inquietar.

Por não sermos perfeitos e portanto errantes inveterados é que deveríamos ir diminuindo o "apontar de dedos" para as falhas do semelhante.

Evidentemente que criticar para ajudar, contribuir, corrigir positivamente os outros é super válido. Mas sem a arrogância de quem se considera perfeito.

Lições de moral tem limites.

Antes de bater no peito e consagrar PERFEIÇÃO diante de um erro alheio é preciso um profundo exame de consciência.

Atirar a primeira pedra não me parece ser apropriado a nenhum de nós nesse estágio de aprendizagem em que nos encontramos.

Fica muito claro que não incluo nessa reflexão os que profissionalmente exercem as funções de juizes, promotores da Justiça e tudo mais, me refiro mais especificamente ao nosso cotidiano e nos eventos que nos rodeiam e onde temos acesso a intervenção.

Olhamos muitas vezes ao que acontece na vizinhança e desfilamos criticas, omitindo tudo o que nos aflige dentro de nossas próprias casas.

Somos assim, mas não deveriamos ser.      Precisamos iniciar um processo de auto-vigilância urgentemente.

Nossa engenharia corpo/espirito precisa dessa sensatez e desse equilibrio.   É super saudável.

Faço essa reflexão hoje mas sem qualquer alusão a nenhum fato específico recorrente, apenas para que reflitamos em algum momento e ganhemos passos importantes na evolução.

Na caminhada cósmica estamos engatinhando e por isso erramos tanto, mas é preciso ir prestando atenção e fazendo reparos em nossa conduta.

É importante que saiamos daqui com uma bagagem espiritual razoável, embasada, a qual levaremos para outras jornadas nesse mundo de Deus ( ou do Universo, como queiram ).




sexta-feira, 14 de agosto de 2020

SEGUIMOS PENSANDO, REFLETINDO...

Não é de assustar os casos que vêm sendo detectados de coronavírus com a volta do futebol, porque afinal de contas a pandemia no País segue o seu ritmo dominante.

Mesmo com todos os cuidados e protocolos o vírus continua mandando no jogo, infelizmente para todos nós brasileiros.

Temos o aspecto da nossa indisciplina e temos um "bichinho" que é feroz e que veio com tudo pra cima do planeta.

E nem cabe discutir a sua origem e algumas conclusões sobre quem o plantou no mundo, a realidade é que ele está presente e precisa ser combatido e derrotado.

Sua periculosidade é indiscutível e o teste a que estamos sendo submetidos com sua presença, mexendo em tudo nas nossas vidas, precisam ser vistos com muita seriedade e reflexão.

Os prejuizos materiais são visíveis, arrasadores, desafiadores, porém deveríamos focar também no quanto essa tempestade tem modificado ou chacoalhado o nosso intimo, o nosso interior.

Como dizem que as tragédias tem sempre um lado que é provocador aos nossos comportamentos e instintos e o que estaríamos aprendendo desse gigantesco puxão de orelhas?

Como evidentemente não somos todos iguais, nem poderia ser assim, depreendo que haverá os imutáveis na maneira de pensar e agir, assim como muitas pessoas já começam a modificar seus padrões de pensamento e comportamento.

Poderíamos prestar mais atenção em no que estamos mudando e se realmente estamos.

Há os que dizem serem tão grandes os problemas com a pandemia que nem sobra tempo para essas coisas, mas se nos organizarmos devidamente no cotidiano é claro que pensaremos sobre como estamos "vivendo" esses tempos difíceis.

Uma das verdades é que o materialismo ( necessário, obviamente ) domina as nossas mentes e prioriza-lo é um dos equivocos aqui no planeta.

O problema é que o materialismo em excesso deixa o mundo frio, individualista, cruel, sem nenhuma generosidade coletiva.

O Universo responde de acordo com o que emitimos.   Trata-se de uma Lei justa.   E se estamos nesse incômodo estado de coisas, certamente é a resposta que Ele nos tem dado.

O bem, o amor, a generosidade, o perdão puro e sincero, tudo isso atrai energias da mesma natureza.    Isso é muito claro até para a nossa Ciência, que cada vez mais está abraçando o tema.

Necessitamos de mudanças.     Profundas.     Honestas.     Contribuitivas para o planeta.

Estamos tendo essa chance nesse momento.    E precisamos aproveita-la, sob pena de atrairmos outros "vírus", bactérias, guerras e componentes punitivos.  






 

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

QUANDO VOLTAR?

Os que me acompanham na carreira de comunicador perguntam quando voltarei às atividades no Sportv/Premiére?

Fiz o esclarecimento no facebook e faço aqui também.

A empresa tem preservado os acima de 60 anos de idade em todos os setores e com memorandos diários orientando e se colocando a disposição.

Esportes, jornalismo, setor administrativo, enfim, em todo o quadro de funcionários os trabalhos têm sido feitos de casa na medida das possibilidades.    Cito alguns como Chico Pinheiro, Pedro Bial, Serginho Groismann, Carlos Tramontina, Fausto Silva, o querido Burnier, Galvão, Milton Leite, assim como eu.

No caso do esporte há uma sinalização de que voltemos em setembro mas é claro que tudo irá depender do momento da pandemia e também da nossa disposição em retornar.

Até essa opção aos da faixa de risco de não estarem prontos e dispostos a voltar em setembro foi dada aos funcionários.

Tudo muito compreensível pois vivemos um periodo de extrema exceção e tudo o que uma empresa puder fazer pelos seus contratados deverá ser feito.   E quantas outras firmas vêm enfrentando a pandemia com coragem, equilibrio e respeito aos funcionários e familiares.

O vírus segue ativo e faminto, e aqui sem entrar nas discussões políticas sobre quem errou ou não, então o que nos cabe é a precaução.   É ter a humildade para reconhecer a gravidade da pandemia e aos poucos ir retomando as atividades, sempre respeitando quem não quer ou não pode ficar afastado do trabalho.

E diante de tudo isso cabe-nos também ficar tristes assistindo aos "debates" acalorados sobre o vírus e a pandemia com bandeiras ideológicas na mão.   Ninguém estava preparado para o que veio nos atingir.   O mundo não estava.    Uns tomaram atitudes mais acertadas, haja vista os resultados obtidos, outros não souberam agir ou então não acreditaram que a onda de contágio seria alucinante.

Onde houve união de forças o combate foi mais eficaz.     Onde pintou o cabo-de-guerra ideológico o vírus bateu palmas e atacou fortemente.    Nem a lição do coronavírus sobre a necessidade de UNIÃO fraterna ( sempre ) foi aprendida por nós.

Portanto, sigamos preocupados mas com fé e esperança, pois essas ainda nos alimentam no dia a dia.    Além do AMOR à vida e ao próximo, é claro.








 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

VÁ EM PAZ, MEU AMIGO.

A vida é uma história que vai sendo escrita, contada, registrada.

Ao longo dos anos vamos colecionando amizades, relacionamentos apenas superficiais, apegos a pessoas que nos chamam a atenção, e o nosso "livro" vai sendo feito.

De repente alguns personagens dessa nossa caminhada vão sendo "chamados" pelo Alto Comando para retornar e aqui ficam os sentimentos, as recordações, a triste e também "boa saudade".

Agora foi a vez de PAULO EDSON Soares da Silva, o PAULO EDSON, a voz do rádio como foi apelidado quando passou pela Record.

Fomos colegas nos tempos de Bandeirantes, mas muito mais do que isso, fomos AMIGOS.

Eu o chamava de "RIO CRARO" e ele me chamava de "MIRICANA".

Caprichávamos no rico sotaque interiorano paulista, como dois capiaus que fomos.

Tínhamos um carinho e um respeito mútuo extraordinários.

Paulo, dotado de voz privilegiada, de rapidez de raciocínio e de argúcia informativa, consagrou-se no rádio como noticiarista e depois no plantão de esportes.

Na Bandeirantes/rádio teve a missão de substituir no QG ( como era chamado o plantão informativo nas transmissões ) a Alexandre Santos, outro mago da comunicação.

Trabalhou com brilho na TV Bandeirantes também.

Sua passagem pela rádio record foi marcante.    Por onde passou, brilhou.

E que linda família ele formou.      Esposa, filhos, netos, núcleo familiar de muita Luz.

Conheci seu irmão Saulo, que partiu cedo para o Alto, trabalhando em rádio na minha cidade, Americana.

Feliz daquele que ao chegar a hora da "partida" tem o coração leve e a consciência muito tranquila.       Assim é PAULO EDSON.

Sua passagem, portanto, está sendo serena, de Luz, de acolhimento espiritual.


 

GOLEADA DO CORONA.

 A triste constatação é a de que o vírus está goleando o Brasil.

Falham as autoridades, falha o povo que não se comporta bem e somente quem merece elogios e admiração são os que lutam na linha de frente nos hospitais à cada minuto e aqueles que viram madrugada pesquisando e buscando a tiro certo na vacina certa.

Os nossos homens públicos se digladiam fazendo queda-de-braço político, cada um puxando para o seu lado e pouco se importando com a população.

Ainda temos por incrivel que pareça a confirmação das eleições municipais em plena pandemia, algo profundamente lamentável.

Pedir para que os políticos tenham sensibilidade a gente sabe que é perda de tempo e portanto eles seguem frios e pensando apenas no próprio umbigo.

Às favas as eleições nesse momento.    O foco é central no combate ao vírus.

Sim, a vida tem de continuar.    Mas com as coisas que realmente importam.

Às favas o calendário eleitoral que tanto eles defendem, como se isso fosse primordial nessas horas.

Essa pandemia além de ceifar vidas implacavelmente, mostra também o quanto estamos despreparados para exercer cidadania e respeito ao próximo.      Mostra o quanto o País foi mal administrado ao longo dos anos, pois agora é que aparecem as mazelas e a falta de estruturação da nação na saúde, na educação e em tudo mais.

O vírus é terrível, arrasador, cruel, mas também nos mostra a fragilidade estrutural brasileira.    Estrutura básica que deveria ter sido construída por TODOS os governos anteriores.

Os anteriores pouco fizeram, além do assalto ao dinheiro e ao patrimonio publicos praticado, e o atual desdenha das questões mais graves numa insensibilidade de assustar.

Por essas e outras que rebato na tecla sobre BAJULAR e IDOLATRAR políticos nesse País, algo repugnante.    É como se quiséssemos homenagear algozes.      Contra senso completo.







quinta-feira, 6 de agosto de 2020

SENNA EM SILVERSTONE, UM DESCONHECIDO.

Nesse domingo a Fórmula-1 terá o Grande Prêmio de Silverstone e na medida do possível irá comemorar os 70 anos da categoria.

Outros tempos, tudo mudado por causa da pandemia, mas os amantes do automobilismo competitivo esfregam as mãos.

Estive duas vezes nesse circuito.
1981 e 1982.

Na época eu transmitia as corridas pela rádio Bandeirantes de SP ao lado do querido Edgard Mello Filho, assim como o amigo Oscar Ulisses durante toda a temporada.

Fomos de Londres ao autódromo, pouco mais de 100km, portanto via rodoviária, onde fizemos as transmissões.
Nossas posições ficavam de frente para os boxes, do outro lado da pista, em meio à torcida da arquibancada.
Bandeirantes, Excelsior(SP) e Eldorado(Rio).
Quando abriamos os microfones bem ao estilo de locutor brasileiro, em tom alto, os torcedores olhavam espantados para nós e vibravam com o nosso entusiasmo.

Tínhamos à nossa disposição um pequeno monitor - preto e branco - com as posições dos pilotos e nada mais.

Edgard com toda a sua experiência fazia um mapa volta-a-volta e por alí faziamos a transmissão.
De frente para a grande reta mal dava para registrar a passagem dos carros, dada à altíssima velocidade deles, evidentemente.

Mas o que eu gostaria de salientar é que nesse autódromo conheci um garoto que já despontava brilhantemente nas fórmulas inferiores do automobilismo britânico, um brasileiro que muito prometia.

Ele circulava desconhecido pelos boxes.    Desconhecido da grande maioria, porque para os conhecedores da matéria ele iria ser um dos maiores do mundo.      E foi.

Edgard me apontou para "aquele garoto".     Ayrton Senna da Silva.
E acrescentou dizendo que ele seria um orgulho do torcedor brasileiro muito em breve.

Mello bateu um papo com ele, pois já se conheciam, e a ele fui apresentado.

O que ocorreu anos depois nem precisa comentar, certo?

À partir de 1984 Senna sinalizou que era um gênio e que faria uma carreira fantástica.





segunda-feira, 3 de agosto de 2020

DEBATES, RESENHAS...

Aprendi que respeitar o que o outro gosta é fundamental.
Discordar é saudável.
Discutir com ética e elegância é bonito.
Não pretender mudar a posição do outro é ser simples, humilde.

No futebol, então, isso parece ser totalmente impossível.
Não só no futebol, mas também em política, religião e etc.

Lá atrás no tempo eu apreciava discussões de futebol pelo rádio e também pela televisão, mas sempre me senti mal quando a resenha passava dos limites do respeito.

Mas compreendo que como o futebol é paixão, radicalismo, as ranhuras nos debates é fator muito presente.

Com o passar do tempo vamos mudando e nos dias de hoje confesso não ter mais paciência suficiente para acompanhar "calorosos" debates em qualquer veículo de comunicação.

Respeito a todos os colegas que trabalham nisso, evidentemente, mas não me atrai.
Não me prende a atenção.
Claro que milhões de brasileiros adoram os debates, é só ver os índices de audiência sempre em alta.   E muitos colegas também gostam de participar nesses padrões.

Escrevo sobre esse tema porque vez em quando alguém me indaga questionando a razão da minha ausência nesses programas.
Já participei e muito ao longo da minha carreira, é claro.
Mas dentro do meu estilo e comportamento pessoal/profissional sempre fui manso nas resenhas e evitei debates profundos, portanto meu modelo não se encaixaria no que rádio e televisão hoje pedem.
E exatamente por respeitar a visão dos colegas é que evito debates, pois se cada um tem uma opinião quem sou para contesta-la ou afronta-la?

E diante disso até agradeço aos meus diretores por me pouparem dessas escalas.
E é simples de entender:  não sirvo aos padrões atuais de editoria e também não é algo que gosto de fazer.

Por isso é que vem o antigo lema:  cada um na sua.

Meu negócio é fazer transmissões com cabeça, tronco e membros.
Abertura, narração dos jogos e depois o encerramento arrematando a produção.

Repito, escrevo esse post sobre o assunto em vista de sempre as pessoas me indagarem quanto à minha ausência em programas de debates.   Só por isso.

Não sou um bom debatedor e portanto nada mais coerente que não seja escalado para tal.







VÃO PINTAR OS CAMPEÕES.

Vêm aí as decisões dos estaduais.

O futebol, assim como muitos segmentos, teima em seguir e desafiar o vírus e é até compreensível pois como todos dizem, a vida tem de continuar.

O Brasil continua em situação crítica no combate ao coronavírus, a pandemia continua a nos atingir duramente, as autoridades com o mínimo de consciência e responsabilidade prosseguem na tentativa de controlar a contaminação, outras dão de ombros para a seriedade do problema ou demonstram incompetência/insensibilidade, mas enfim a bola está rolando.

Não dá pra ignorar a gravidade histórica que estamos vivendo.
Juntou-se a arrasadora ação do vírus com o nosso despreparo para esses acontecimentos, mais a irresponsabilidade de muitos e o pânico se instaurou coletivamente.

Os mais jovens, impetuosos, desafiam os perigos e acabam propagando cada vez mais o vírus, as crianças na sua ingenuidade e inocência ainda nos dão alento com seus sorrisos, brincadeiras e graciosidade, enquanto os idosos se tornam o alvo predileto do inimigo invisível que está à nossa volta.

Admiro e até enalteço quem ainda está se entusiasmando com a volta do futebol, envolvimento, apostas e brincadeiras, porque também nem tudo é sombrio como queremos desenhar.
O mundo já viveu dias de terror com tantas pragas e guerras e nossa geração não seria fator de exclusão dos perigos existentes.   Temos de enfrentar e é o que procuramos fazer.

Que os campeões surjam por todos os cantos do País, que as torcidas comemorem, que venham as outras competições - Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, eliminatórias pra Copa de 2022 - mas que sigamos atentos aos cuidados que nos são recomendados.

Enquanto isso os verdadeiros heróis viram madrugadas em busca da medicação aos doentes da COVID-19 e à vacina, mais os irmãos da linha de frente nos hospitais e ambulatórios, todos eles na verdade os craques do momento.       Merecem aplausos e reconhecimento.



sexta-feira, 31 de julho de 2020

O MOMENTO

O futebol em SP voltou e está muito frio.

Nem poderia ser diferente.

Todos ainda temerários ao vírus, arquibancadas sem a energia da galera, tudo está parecendo apenas um cumprimento de contrato.

E assim deverá ser no Brasileirão, na Copa do Brasil e na própria Libertadores.
2020 ficará marcado como o ano em que o esporte parou, perdeu muito de seu encanto e ainda sem perspectiva de quando isso irá mudar.

E não há que botar a culpa em ninguém, a não ser no vírus que apareceu e está sendo incontrolável.

Mesmo nos jogos europeus a coisa está muito fria, insossa, artificial.

E tudo também pelo próprio estado de espirito da imensa maioria das pessoas conscientes, onde a importância maior prevalece quanto à preservação da saúde e como driblar o corona.

É triste mas é o momento que nos está sendo apresentado por essa pandemia.

Não pretendo e nem posso cravar o que estou colocando sobre a frieza que detecto na volta do futebol como regra geral, mas é apenas um sentimento todo pessoal, evidentemente.

Posso estar em baixa na autoestima e impressionado com as coisas que vemos diariamente nos números de vítimas do corona, porém sinto a mesma sensação com muitas pessoas com quem troco idéias.  

Mas há também quem dá de ombros para a pandemia e segue como se tudo estivesse em ritmo normal, o que não pode ser condenado, desde é claro que estejam tomando os cuidados de proteção ao contágio.

Enfim, são os desafios que temos na atualidade e a vida nos reserva obstáculos ao longo da caminhada, nem tudo são flores.
Só evoluiremos intimamente, somente cresceremos se formos fortes para o enfrentamento das dificuldades, dizem os espiritualistas, filósofos e pensadores.

Então, bola rolando.    Bola em jogo e em tudo na vida, não só no futebol.

Sejamos fortes, apesar dos perigos.



segunda-feira, 20 de julho de 2020

PROCOLO DE CUIDADOS.

Recomeça o Paulistão nessa quarta-feira.

Bastante rigor no protocolo de cuidados em razão da pandemia e está absolutamente correto que assim seja.

Todo cuidado é necessário, sem dúvida.

Também a mídia se submete aos ítens protocolares e nem poderia ser diferente.

Uma das últimas introduções feitas pela Federação é a de os jogadores não trocarem as camisas com os adversários e os clubes terem dois uniformes, um para cada tempo de jogo.

O estadual tem mais duas rodadas para o encerramento da primeira fase, de onde oito equipes seguirão em diante na competição.    Quartas-de-final.

Alguns já estão classificados e temos também os clubes ameaçados de rebaixamento.

O torcedor esfrega as mãos e estará ligado na telinha da TV e na sintonia das rádios e webrádios.

Ainda que estejamos vivendo momentos tristes e preocupantes com a pandemia é bom salientar que o futebol tem um papel importante na sociedade, podendo minimizar a tensão e desviar um pouco o foco dos números de vítimas e que tem sido alarmantes.

Mesmo que dentro de campo não se tenha o brilho técnico e o rendimento físico esperado, em razão dos 4 meses sem atividade dos atletas.




quinta-feira, 16 de julho de 2020

VOLTA O PAULISTÃO, SEM INTERIOR.

Quarta-feira próxima, dia 22, o Paulistão será retomado e por causa da pandemia teremos jogos na capital e grande SP, mais a cidade de Santos, locais onde está permitido jogar.

Num ano totalmente atípico e é claro muito trágico para todos nós, equipes interioranas colocarão em seus registros "mandos" inéditos de jogos.

Quem diria que a Inter de Limeira iria mandar uma de suas partidas na Arena Corinthians?
Ituano no Canindé?
Botafogo em São Bernardo do Campo?
Bragantino em Osasco?
Ferroviária mandando jogo no Morumbi?
Bugre na Vila Belmiro?

Novos e diferentes tempos, certamente.

Não havia outra saída para a Federação.

E o estadual vai terminar no dia 8 de agosto, véspera da abertura do Brasileirão.

Em jogo as vagas restantes para as quartas-de-final e as do rebaixamento.
O campeonato será encerrado, sim, mas com toda a certeza no histórico do Paulistão haverá um asterisco na temporada 2020.


terça-feira, 7 de julho de 2020

A PANDEMIA.

Não é difícil chegar à triste conclusão de que estamos todos perdidos nesse assunto PANDEMIA.

Uns acham isso, outros acham aquilo, a Ciência queima as pestanas para acertar numa medicação e vacina, os governantes remando cada qual para um lado e diante de tantas indecisões as pessoas surtam.

Use a máscara, não use a máscara, a OMS agora desconfia que o vírus é transmitido pelo ar e nem precisa contato direto, os homens públicos politizam e discutem absurdamente, enquanto isso mais covas são abertas e mais hospitais ficam superlotados.

No fundo a Natureza resolveu dar um forte tranco em todos nós, que por sinal não estamos nos comportando bem faz muito tempo.
Perdemos o respeito pelo semelhante, pelos rios, mares, ar, vegetação, descontrolamos de tal maneira o sistema que as portas se abriram para a propagação de vírus, bactérias e etc.

Todos temos uma parcela de culpa nessa tempestade.   Uns mais, outros menos.

E olhem que o desfecho não é o pior, como por exemplo poderia ser um conflito nuclear.  
Ficou "barato" o envio dessa pandemia para nos repreender, dados aos desmandos da humanidade.
Universo ainda foi complacente conosco.

Sabe-se igualmente que o planeta está mudando de patamar no contexto cósmico e que para isso necessita de uma grande depuração, um grande expurgo.
O processo está apenas se iniciando.

Sem que aleguem pieguismo ou coisa que o valha, há muito tempo que falta AMOR nas relações, humildade, simplicidade, o exercício do perdão e outros valiosos sentimentos.


Falta UNIÃO diante das dificuldades, falta UNIDADE de esforços para se resolver os graves problemas que nos afligem.

Arrogância, individualismo, apego aos ganhos materiais, frieza diante de necessidades sociais, discriminação, preconceitos tolos e tantas outras coisas, contribuem para aumentar essa ferida no planeta.

Sabe aquela frase tão surrada "a conta uma hora chega?"
Pois ela chegou para a humanidade.

Não tenho a mínima competência e autoridade para dar LIÇÃO DE MORAL.
São apenas observações e reflexões sobre tudo o que assistimos a todo momento, e já ao longo do tempo.

As crianças muitas vezes não corrigem suas falhas no aprendizado com apenas um "castigo" ou repreensão.    Necessários vários puxões de orelha na maioria dos casos.
Assim é com a humanidade.
Ainda na pré-infância cósmica de nossa caminhada pelo Universo, insistimos em errar e em não aprender.
Por isso vêm os "castigos", as advertências, os castiguinhos no canto da sala.

Essa pandemia é um dos puxões de orelha.
Outros virão pois certamente insistiremos nos mesmos erros depois dela.

Portanto, reflitamos sobre o momento e sem querer decifrar os "por quês" de tudo isso.
Basta sermos pequenos, como realmente somos, para obedecer e CORRIGIR nosso rumo.
Um dia tudo nos será explicado com clareza.     E não será aqui.

Mas tudo faz sentido sob o prisma das leis universais.

Sejamos humildes nos recolhendo à nossa ignorância mas sempre buscando a inteligência de como tudo gira.
Ignorantes hoje, sábios amanhã.
Mas tudo depende de nós próprios na busca da evolução e da compreensão. 
















sábado, 4 de julho de 2020

LUCIANO, JUAREZ E OSMAR. TRIO DE OURO.

Mês de julho.

Não bastassem as preocupações com a Pandemia que segue a todo vapor infelizmente, é um mês que o querido Luciano do Valle completaria 73 anos de idade e vai fazer 1 ano da morte de Juares Soares.

Amigos desde os tempos de rádio em SP e depois seguiram juntos na televisão ( Globo primeiro e depois na Band ) a dupla fez história na comunicação.

Eram amigos, confidentes, admiradores mútuos, divergiam sempre em bom nível, tinham uma relação que extrapolava os microfones e câmeras.

Um era a extensão do braço do outro.

Neste mesmo periodo do ano lembramos com carinho do dr. Osmar de Oliveira, que nos deixou logo depois da Copa do Mundo de 2014.
Outro grande componente daquele time da Band e do Show do Esporte.

Osmar foi meu companheiro de rádio Gazeta nos anos 70, eu narrando e ele comentando.
Depois ele trabalhou na Globo, SBT, Record, Bandeirantes.
Homem de família, amava a medicina, amava o futebol e o Corinthians.

Três grandes ícones que se foram.

E posso dizer com orgulho que foram também GRANDES AMIGOS que tive.

Nossa relação e o respeito mútuo eram grandes.

Luciano, Juares, Osmar, partiram de consciência tranquila pela missão que desempenharam aqui no Planeta.
Deram aulas de comunicação, de amor ao esporte e à divulgação dele.