Assim como não quero que avaliem minha vida particular, nunca entro no aspecto pessoal de outrem. Na minha profissão as vezes temos que avaliar o desempenho técnico de jogadores e treinadores, porém sem jamais tocar no que eles fazem fora de campo.
Primeiro porque não me julgo com autoridade moral para meter o bedelho pois tenho tenho mil e duzentos defeitos, e depois, que julgar e condenar alguém é algo muito forte e onde poderemos incorrer em injustiça e desonestidade. Não temos competência para tal e nem o direito, assim entendo.
Sempre procuro respeitar o que as pessoas são, e procuro entende-las em suas falhas e deslizes.
Apontar o dedo nunca é da nossa conta, na verdade. Devemos orientar e corrigir rotas dos nossos entes mais chegados, desde que eles aceitem, porque é nossa obrigação educa-los e prepara-los para a dura vida que os espera.
No caso de Maradona, da mesma forma fico indignado com os comentários duros e cheios de autoridade e arrogância sobre o que ele fez da sua vida. É claro que entendo serem os idolos sempre os mais visados e cobrados, isso é natural, mas precisamos exercitar o nosso comportamento de nunca julgar, e condenar. Fechar a boca.
Cada um tem seus problemas e cabe a cada um procurar resolve-los. Quem está de fora acha que tem todas as soluções e que faria tudo certo no lugar do envolvido. É a comodidade de dar palpites, de estar distante das questões e simplesmente palpitar.
Devemos ter compaixão dos que erram, assim como gostamos da compaixão das pessoas para com os nossos erros. E que são muitos ao longo do tempo.
Deixo claro que também não julgo quem assim procede, ou seja, quem abre a boca e tem todas as soluções para a vida do outro, mas o mundo seria mais leve e dócil se cuidássemos do nosso umbigo, que por sinal está sempre sujinho e precisando de banho.
Maradona foi o grande jogador, o craque. Encantou com a bola nos pés. Mas "esteve" humano e portanto frágil e suscetível de erros.
Assim como todos nós estamos enquanto não formos "chamados".
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