Algumas pessoas me cobram escrever mais sobre futebol, visto que aqui neste espaço tenho mais abordado a pandemia e a vida.
Sou do esporte, trabalho nisso há décadas, mas sempre peço desculpas aos que me cobram e digo que não dá para priorizar o esporte nessa hora de pânico e desespero da população.
No caso do futebol é claro que entendo ainda ser um lenitivo para o sofrimento diário nesses tempos agudos do vírus. Mas se rígidos fossemos também chegaríamos à conclusão que até o futebol deveria estar parado, em que pese a sua atividade profissional e tantos empregos que abriga.
Os riscos são tantos, os números da pandemia são tão assustadores, que toda atividade em grupo é perigosa e temerária à saúde de todos.
Livros, filmes, novelas, esporte, estudos, algum entretenimento, tudo é necessário nessas horas para que não mergulhemos no mar profundo da depressão. Claro que sim. É o tempero da vida.
Mas voltando ao tema confesso não ter clima para escrever sobre futebol diante do quadro aterrorizante que temos em todo o País. E isso não é invenção da mídia, dos médicos, cientistas e etc. São FATOS. São hospitais superlotados. São famílias desesperadas com entes nos corredores precisando de quartos e UTIs. Equipes médicas e de atendimento são compostas de seres humanos e o esgotamento é uma constatação perigosa e triste.
Independentemente de ideologias, perguntem aos médicos e para o pessoal da linha de frente nos hospitais se o vírus e seus efeitos são uma invenção e se estão sendo superdimensionados.
Não temos remédios, as vacinas são uma esperança mas seus efeitos dependem de imunização maciça - coisa que ainda estamos longe aqui no País. A coisa é muito séria, amigos e amigas.
Por outro lado, fé e esperança andam juntas e essas "armas" não podem ser desprezadas e abolidas por ninguém, NUNCA.
E se o vírus está ganhando é porque nós, os perdedores do momento, estamos errando. Ficamos terceirizando a culpa e não admitimos que TODOS temos uma parcela errática nisso tudo. Basta ter um olhar crítico para o nosso próprio umbigo e concluiremos.
Nas derrotas não há exceções de culpabilidade. Uns erram mais, outros erram menos. Mas todos erram.
Quanto mais injetarmos ódio e revanchismo no "assunto pandemia" mais alimentaremos o vírus. E é também para isso que não estamos atentando.
Aos responsáveis e cientes do momento que estamos passando ficam os nossos respeitos e o agradecimento por tudo o que tem feito para o enfrentamento.
Mas me desculpem quem ainda me cobra "falar mais de futebol". Não está dando.
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