Certa vez num estádio paulista onde havia terminado a última rodada do Brasileirão e onde um grande clube havia sido rebaixado, eu estava em outro jogo trabalhando e terminada a missão deixei a cabine rumo ao elevador ou escadaria ( podia optar ).
Ainda atrás do local reservado à imprensa, conselheiros e diretores do clube mandante, vinha um grupo de pessoas e eu na frente. Um deles começou a me agredir verbalmente, à mim e à empresa onde trabalhava, vociferando alucinadamente e é claro me provocando a reagir.
Como sempre agradeço ao Universo por ter me dado um bom autodomínio, onde nas situações delicadas eu crio ao me redor uma redoma, fui caminhando e não olhando para trás.
Um outro cidadão ao meu lado sussurrou dizendo para eu não ligar pois o cara era assim mesmo, totalmente descontrolado quando impregnado de fortes emoções. Em resumo, um pavio curto, mal educado, desrespeitoso e covarde, pois estava em grupo contra uma pessoa apenas: EU.
Escolhi não esperar o elevador e fui pela escadaria do estádio.
O desequilibrado não parava de me insultar, provocar. É claro que temi ser agredido fisicamente pelas costas, mas optei pelo equilibrio e pela sorte.
Quase chegando ao piso térreo pensei o que iria acontecer quando ganhássemos a calçada, a rua, porque ali estavam todos os colegas de trabalho no caminhão de transmissão. Haveria alguma reação dos amigos ao incontrolável "torcedor". Poderia haver um conflito generalizado.
Como nada podia fazer, desci os últimos degraus e fui em direção à rua defronte do estádio.
Sai pela esquerda rumo ao nosso carro transportador e ele saiu pela direita, portanto em sentido contrário.
Nesse episódio conheci um pouco mais das ações do ser humano quando tomado de forte emoção e que o futebol é especialista em produzir, ao mesmo tempo que pensei ter economizado uma sessão terapêutica ao cidadão. Ele gritou, desabafou, botou tudo pra fora, desopilou e certamente chegando em casa teve que lavar as louças e varrer o chão.
Causos do futebol e seus bastidores.
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