Lembro de uma passagem certa vez quando estava na estrada e me dirigindo ao trabalho.
Era um dia da semana e por volta das 2 da tarde.
O calor superava os 30 graus, céu de brigadeiro, baixa umidade do ar castigando, e eu dirigindo meu carro pelo interior de São Paulo.
Ao avistar lá na frente no acostamento um casal à pé e com um bebê no colo, sem nenhuma proteção do sol forte, pensei em oferecer carona a eles e poupá-los de consequências físicas como uma insolação, por exemplo.
E aquele bebezinho? Sem as defesas naturais por ainda ser muito pequeno era um alvo fácil de complicações de saúde com a altíssima temperatura.
Fui diminuindo a velocidade e me aproximando.
Emparelhado com eles baixei o vidro do carro e ofereci a carona.
A reação daquele casal foi rápida, impactante para mim, respondendo que não aceitavam e apressando o passo para se distanciarem. Só faltou saírem correndo tal o pânico que tomou conta daqueles pais.
Foi então que atinei para o medo, o receio daquelas pessoas. Eu poderia ser alguém do mal e dando a carona colocaria a vida deles e do bebê em risco. Foi uma defesa natural do instinto paternal e maternal, mas foi também o reflexo do mundo em que vivemos.
A maldade corre tão solta que até quando aparece um sinal de ajuda as pessoas desconfiam e rejeitam o auxílio.
Mas essa história que acabo de relatar não pode esmorecer quem tem no coração a leveza de estender a mão pra quem necessita. Sem deixar de registrar também outro aspecto que é o da esperteza e da malandragem de quem pede ajuda com o intuito de ludibriar e levar alguma vantagem na operação.
O bem e o mal são coisas que aplicamos de acordo com a nossa consciência. A vida nos foi dada para fazermos escolhas, positiva ou negativamente, para evoluirmos interiormente ou desprezarmos a chance que o Universo nos oferece nessa passagem por aqui, e que é efêmera.
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