Com essa decisão entre brasileiros na Libertadores, Santos x Palmeiras, volto no tempo e tenho lembranças dos anos 60 e 70 quando só era possível acompanhar através do rádio as finais dessa competição.
Aquele som telefônico das transmissões nos fazia viajar na imaginação e emocionava.
Nossos comunicadores da época, brilhantes, faziam um trabalho bem direcionado aos clubes brasileiros e reclamavam muito das arbitragens, o que nos deixava raivosos e querendo "matar" os árbitros.
Havia exageros, sim, mas era um tempo onde os bastidores do futebol sul-americano tinham um "trânsito" alucinante em manobras e boa dose de desonestidade.
Mas no início dos anos 60 o time do Santos era tão extraordinário que nenhuma interferência dos árbitros impedia o espetáculo e a objetividade de Pelé e cia.
O Palmeiras naqueles tempos bateu na trave várias vezes e quase chegou ao título, só vindo a ser campeão muito tempo depois, em 1999.
Time santista era tão "Brasil" que a decisão do Mundial contra o Milan foi jogada no Maracanã e não em São Paulo. Os cariocas pediam Pelé no então "Maior do Mundo", o Maraca.
E agora em pleno 2021 santistas e palmeirenses se encontram no Rio de Janeiro e no "novo" estádio Mário Filho.
Decisão é prato cheio para os palpiteiros. Futebol sem os palpites não é futebol.
Bolões proliferam nesses dias. Discussões dos "técnicos brasileiros" - quer dizer, todos nós - se avolumam. A sorte do jogo está lançada. Sim, jogo, é isso esse esporte. Há trabalho, preparação, ciência, inteligência tática, profissionalismo, talentos, tudo isso, mas é sempre bom lembrar que o futebol é UM JOGO.
Aquilo que chamamos de o Imponderável FC vez em quando está presente. Uma falha, um mau momento, um gol contra, o oportunismo, destempero emocional, aquela bola na trave que podia ter entrado, enfim tudo pode desmoronar um imenso trabalho de estruturação. É do jogo.
Pena que estejamos vivendo esse momento atípico, sem torcida, o tempero das grandes finais, mas não se pode minorar a grandiosidade dessa decisão. Os dois pavilhões desses grandes clubes têm peso gigantesco na história. O lastro é enorme.
E ainda a conclusão que já temos, qual seja a de que esse título de 2020 - agora em janeiro disputado - já tem dono: o futebol brasileiro.
O lindo troféu vai ficar no Brasil. Já está. Resta saber para onde vai: Capital ou litoral paulista.
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