Há uma máxima de que no futebol tudo pode. Errado. O futebol é parte da sociedade, um esporte onde existe a competitividade, o profissionalismo, e tem de haver o respeito.
Mesmo o lance do torcedor que ao pagar o ingresso acha estar totalmente liberado para xingar, ofender e agredir, está errado.
Extravasar, botar pra fora as diferenças encalacradas do dia a dia, tudo é válido. Mas desde que tenha limites e respeite o próximo.
Os xingamentos do técnico Fernando Diniz ao jogador Tchê-Tchê na quarta-feira em Bragança Paulista foram ofensas duras, incompatíveis com alguém que lidera um grupo.
Vejo que todo líder que ofende um comandado publicamente se mostra despreparado para o cargo. Pode até conhecer profundamente a matéria mas não sabe liderar. E essa observação não é apenas para o técnico do São Paulo. É para a imensa maioria dos treinadores daqui.
Desabafos são naturais ao longo de uma partida de futebol, porém partindo de quem é o responsável por um grupo de pessoas eu entendo que o equilibrio deveria preponderar.
O próprio Diniz deveria ao colocar a cabeça no travesseiro repensar o que fez. Se já não o fez.
O clube também poderia ter um papinho a portas fechadas com seu treinador. Aliás, Muricy Ramalho com sua vivência extraordinária no futebol está chegando e já tem esse abacaxi para descascar e certamente saberá como faze-lo.
Nenhum profissional, em qualquer área de atividade, pode aceitar desrespeito partindo de quem o comanda. Não foram desabafos, foram ofensas. Houve desrespeito.
Fico a imaginar alguém da família do jogador assistindo àquelas cenas lamentáveis. Como também imagino familiares de Diniz vendo seu comportamento desequilibrado no desempenho do seu trabalho.
O bom chefe joga duro quando preciso mas o faz reservadamente. Não expõe o comandado.
Diniz é do ramo, tem se revelado um treinador que estuda e que busca algo novo para o futebol, mas precisa repensar seu temperamento alí à beira do gramado. Não tem sido legal.
Sei que minha opinião não agrada a todos que veem o futebol como "é assim mesmo", onde tudo cabe e se não for assim vira um culto religioso. Respeito mas não concordo. Vejo treinadores que se agitam na área técnica e que mantém limites de respeito e educação, embora muito mais no Exterior. Aqui no Brasil infelizmente temos uma cultura de baixo nível e isso vai se propagando, infelizmente, pras novas gerações.
Na vida temos lições diárias. Basta querermos aprende-las. Que Diniz esteja nessa.
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