sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

22 ANOS. FOI ASSIM...

Nesse final de janeiro está fazendo 22 anos da minha saída da Bandeirantes.

Janeiro de 1999 foi quando meu contrato com a emissora acabou e não foi renovado.   Chegava um novo comando do esporte da casa - Jota Hawilla - e eu não constava dos planos da Trafic.

Fui para a Bandeirantes em janeiro de 1981 levado por Oswaldo dos Santos e Flávio Adauto, que compartilhavam a direção do esporte.

Atuei pela rádio do Morumbi até meados de 1983 quando Luciano do Valle chegou com seu projeto SHOW DO ESPORTE e me convidou para integrar o time dele.

Vivíamos tempos difíceis com salários atrasados e preocupantes perspectivas.   A proposta para vários profissionais do esporte da Band que estavam por lá foi salvadora.   Luciano do Valle colocou os salários em dia e fez os contratos em novos valores, superiores ao que ganhávamos.

Além do aspecto financeiro que obviamente é importante, os planos da LUQUI - a empresa de Luciano e Quico Leal - eram desafiadores a todos nós.     Tínhamos pela frente um modelo que procurava copiar a ESPN Internacional preenchendo a grade de programação da Band com muitas horas.

E esse empreendimento vitorioso da LUQUI se estendeu até dezembro de 1998 com jornadas memoráveis e que a história da televisão registra bem.

Me lembro que dias antes da final da Copa SP de juniores de 1999 eu e vários colegas de trabalho fomos comunicados que estávamos fora dos planos da Trafic.

Tenho da minha passagem pela Band - rádio e televisão - grandes e ricas lembranças.   Mas ressalto uma delas e que me tocou profundamente pelo aspecto humano e carinhoso num momento muito triste e delicado para mim.

Num domingo de julho de 1996 logo às seis horas da manhã recebi a notícia do falecimento de meu pai em Americana.     Estava em São Paulo e tinha dois trabalhos naquele dia:  uma corrida de motovelocidade logo às 9 horas da matina e a gravação de um futebol no Morumbi à tarde.

Por ser domingo cedo e sem as facilidades dos celulares de hoje para me comunicar com a direção da emissora, não tive outra alternativa:  fui para a Band e transmiti a motovelocidade, enquanto buscava avisar a chefia do ocorrido.

Em resumo, fui dispensado do VT do futebol no período da tarde e corri para Americana me despedir do seu Juca, meu pai.

Dia seguinte por volta das 10 horas da manhã toca o telefone em casa.    Era a secretária de João Saad, o presidente do grupo Bandeirantes.   Ele se solidarizou comigo e a família e agradeceu pelo profissionalismo em ir pro ar com o pai no velório.    

"Seu" João, como era chamado, era assim.     Humano, solidário, simples, um grande homem.




 

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