quarta-feira, 10 de junho de 2020

FIORI. 14 ANOS SEM ELE.

À par do grande comunicador, agora que estamos completando 14 anos sem Fiori Gigliotte, gostaria de enaltecer o SER HUMANO que ele foi aqui entre nós.

Meus primeiros contatos com Fiori foram a partir de 1976 quando cheguei ao rádio paulistano ( Gazeta ) e o encontrava pelos estádios onde tínhamos transmissões.

Não preciso dizer que era sempre uma forte emoção poder cumprimenta-lo apenas com um "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite".
Quando havia a oportunidade de batermos um papo pelos bastidores das cabines dos estádios eu me realizava.
Cortês, super educado, atencioso, uma aura linda.

Quis o destino e agradeço muito, que um dia fôssemos trabalhar na mesma equipe, no mesmo time: a rádio Bandeirantes.
Isso à partir de janeiro de 1981.

Além de todo o indiscutível potencial dele narrando futebol - craque na acepção da palavra - me chamava a atenção o seu carisma junto aos ouvintes e principalmente a ATENÇÃO que ele dispensava a quem o procurasse, fosse pessoalmente ou por carta ( que na época era o meio usual de se comunicar com os ídolos do rádio ou da televisão ).

Assisti a inúmeras palestras de Fiori pelo interior paulista, pois era muito requisitado para esses eventos, e com o detalhe que pouco era pra falar de futebol MAS sim para filosofar, falar da vida, do AMOR e da generosidade.

Fluente, vocabulário rico mas simples, voz gostosa de se ouvir, Fiori emocionava as plateias a quem se dirigisse.

Viajou quilômetros e quilômetros com seu time de futebol, o SCRATCH DO RÁDIO, levando comunicadores da Bandeirantes, operadores técnicos e convidados, para partidas beneficentes, sempre BENEFICENTES.

Recebeu mais de uma centena de títulos de "Cidadão" pelo Brasil.

Gostava de uma boa pescaria.
Gostava da natureza e se auto rotulava um "caipira nato" do interior.

Amava sua família e tinha um respeito imenso pelos companheiros de trabalho.
Não foi muito bem compreendido algumas vezes por tomar atitudes coerentes, ponderadas, equilibradas, quando muitos queriam contrariar sua essência pedindo que fosse explosivo, contundente, coisas que ele não tinha no seu coração.

Confesso que muitas coisas eu "plagiei" de Fiori na minha conduta pessoal e profissional.
E nunca me arrependi disso.   A melhor atitude nem sempre é a da explosão irracional, mas sim de empreender diálogo e entendimento.

Batalhou na profissão até seus últimos dias.

Amava a vida, amava a família, amava o rádio, amava irradiar futebol.

Cometeu erros, quem não os comete?
Mas acertou MUITO MAIS em sua passagem pelo planeta.

Um bom homem, um generoso amigo, um ídolo, um guerreiro.










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