quarta-feira, 22 de abril de 2020

A COPA DE 86 E O REI.

Copa do Mundo do México 1986.

Na nossa equipe da TV Bandeirantes estava Edson Arantes do Nascimento.

Não precisa dizer o que acontecia quando Pelé chegava ao Centro de Imprensa mexicano e quando ia aos estádios para comentar os jogos, certo?
Um corre-corre, uma loucura pra segurar os fãs jornalistas estrangeiros que queriam autógrafo e marcar entrevistas com o Rei.

Certa vez Pelé estava dando uma entrevista em nosso estúdio para a BBC e se aproximava o horário do início do programa da Band.

Mário Marcos Girello, saudoso Maraco, se agitava do lado de fora do estúdio e sempre que podia mostrava o relógio para Pelé insinuando que tinha de encerrar o papo com os ingleses.

Pelé, como sempre atencioso e solícito com quem o abordava, evitava dizer aos entrevistadores que o estúdio ia ser ocupado para um programa da tevê brasileira.

Professor Júlio Mazzei, de saudosa lembrança, tomou a iniciativa de chegar aos produtores da BBC e pedir para que a entrevista fosse encerrada.

Nosso Maraco quase infartou mas faltando uns 5 minutos para começar o programa o estúdio foi esvaziado e tudo deu certo mesmo com a correria para os ajustes finais de produção e técnica.

Num outro dia viajei com Pelé e Teti Alfonso para uma transmissão em Guadalajara no jatinho do comandante Rolim.
Chegamos e fomos direto para o estádio.
Estacionamos o carro um pouco distante da entrada do estádio.
Tínhamos que andar uns 200 metros aproximadamente.

E aconteceu o que temíamos.
Em poucos segundos formou-se ao redor de Pelé um amontoado de pessoas, fãs do Rei, pedindo abraços, autógrafos, fotos e tudo mais.
O tempo ia passando e não tínhamos muito tempo para o início da transmissão.
Teti Alfonso nervoso procurava afastar aquela gente e abrir passagem para Pelé se dirigir à posição da Band de transmissão.
Mas era impossível.

Detalhe:  não tínhamos seguranças contratados como se utiliza nos dias de hoje.

Teti gritou para que eu me dirigisse ao estádio e que Pelé iria se atrasar, evidentemente, até se desvencilhar dos torcedores.

Em resumo, Pelé só chegou à nossa posição de trabalho no estádio com 10 minutos de bola rolando.

E durante a transmissão também não davam sossego ao Rei.  Sempre alguém querendo um autógrafo e um afago de Pelé.
Os seguranças da FIFA tiveram trabalho e eu só tive um "meio comentarista".






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