quarta-feira, 15 de abril de 2020

ROBERTO RIVELLINO, CRAQUE EM TUDO.

O canal Sportv tem mostrado jogos da seleção brasileira em Copas do Mundo, Copa das Confederações e etc nesse momento de paralisação dos grandes eventos esportivos.

Acompanhando um jogo do Brasil na Copa de 1970 me lembrei de uma passagem com Roberto Rivellino durante a cobertura do Mundial de 86 no México.

Riva estava na nossa equipe da Band e tive a imensa honra de participar com ele em muitas transmissões ao longo dos anos.     Depois também pelo Sportv.

Estávamos no México cobrindo a Copa de 86 e tínhamos uma escala de trabalho no interior do País.
Um jatinho da TAM lá estava à disposição da equipe para as viagens mais longas.

Riva naquele dia me propôs irmos de carro pois no final daquela noite sua esposa iria chegar do Brasil e ele queria busca-la no aeroporto da Cidade do México.

Topei e lá fomos nós.

Nosso motorista era muito bom e engraçado.    Nos divertimos a viagem inteira.

Terminada a transmissão logo pegamos a rodovia de volta à capital mexicana.
Tudo estava dentro da programação e chegaríamos ao aeroporto com boa antecedência para Riva receber dona Maísa, sua esposa.

Depois de hora e meia de estrada o IMPREVISTO.
O carro quebrou.
Escuridão, tensão, o motorista mexendo e mexendo no motor, mas nada da máquina reagir.
E os minutos passando, evidentemente.

Em determinado momento resolvi parar alguém e solicitar uma carona.

Deu certo.    Uma boa alma atendeu ao meu aceno à beira da estrada.

Entramos no carro e Riva pediu ao condutor que acelerasse pois tínhamos horário para chegar à Cidade do México, no que foi prontamente correspondido por ele.

Meia hora depois um pedágio.
Luzes, tudo muito claro.

Eu sentado à frente e Rivellino no banco de trás.

Eis que com as luzes o motorista olhou pelo retrovisor e RECONHECEU a "Patada Atômica" da Seleção na Copa de 70.    
A reação foi espetacular.
Ele começou a gritar, bater com os punhos no volante, botando pra fora a sua emoção em dar carona à grande personalidade do futebol mundial.
Me emocionei com a emoção daquele simples cidadão mexicano e sua idolatria por ROBERTO RIVELLINO.    Havia 16 anos do Mundial de 70.

Mas teve um porém.
Com a euforia ele desacelerou e mais olhava para trás do que pra frente.
Estávamos andando a 60km por hora e isso irritou muito o Reizinho do Parque.

Conto tudo isso para ressaltar a magia daquela seleção de 1970 e o altíssimo reconhecimento do povo mexicano por ela e nossos estupendos craques.

Momento marcante, sem dúvida alguma, para o meu rol de lembranças da convivência com Riva e tantos outros craques do nosso futebol.

Detalhe:  chegamos à tempo no aeroporto.

* em tempo:  pude conhecer ao longo dos anos de convivência com Riva seu grande valor interior, seu grande coração.   Debaixo de seu temperamento aparentemente explosivo tinha um ser humano de grande generosidade.    Depois convivi com ele em mais Copas e grandes eventos pela Band na equipe de Luciano do Valle.








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