sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O PERIGO DAS PESQUISAS E COMPARAÇÕES

Presto muita atenção em tudo e especialmente nos detalhes. 

Minha profissão, na verdade, sempre exigiu isso.   Olhos ligados a todo momento em tudo o que se movimenta à minha frente quando de um evento esportivo.   Nada pode passar despercebido.

Por exemplo, quando Pelé começou a aparecer para o futebol nos anos 50 jogando pelo Santos e logo pela seleção brasileira eu ouvi de pessoas mais velhas que "o neguinho é bom" mas não chega aos pés de Friedrich, Leonidas da Silva e outros veteranos da bola.

Claro que isso está dentro do ser humano, o saudosismo, supervalorizar as coisas e os idolos de outras épocas, o que dá para entender o que acontece até os dias de hoje.

As novas gerações idolatram os jogadores de agora pois é o que eles estão vivenciando, vendo, batendo palmas.   É o que está à frente de seus olhos.

Exemplo:  os sãopaulinos de hoje elegem Rogério Ceni como o maior goleiro do Tricolor.   Mas se você consultar quem hoje tem 60, 70 ou 80 anos idade, houve muitos outros arqueiros espetaculares vestindo a camisa saopaulina ( José Poy, Sérgio Valentim, Valdir Peres, Zetti... ).    

Da mesma forma em outras posições do time.   Os mais vividos elegerão craques notáveis como Pedro Rocha, Roberto Dias, Canhoteiro, Zizinho, Bauer, Gerson, Mauro e por aí outros tantos.

É claro que fica difícil dividir em faixas etárias as pesquisas, então tudo é num pacote só, mas ficando apenas com os votos atuais da maioria ( jovens ) cometem-se injustiças graves com os jogadores do passado.

Nem falo em "comparações" que poluem as páginas e telas, pois essas são tremendamente injustificáveis.   Misturam-se as épocas, os estilos de jogo, características de cada atleta, e fica impossível um resultado justo e com méritos a cada envolvido.

Procuro sempre me excluir de qualquer trabalho comparativo dando opinião.   Ou quando participo sinto que não agrado pois exponho essa minha tese da injustiça no resultado da pesquisa e a rejeição à minha participação é notória.

Por essas e outras, cada um no seu tempo.   Cada um na sua época vivida.   Enalteçamos os que brilham no presente sem nos esquecermos daqueles que brilharam no passado.

Mas para isso é necessário que se pesquise, que se aprofunde nas investigações, que se conheça a história dos clubes e seus grandes idolos, cada um no seu tempo.    

   

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