quarta-feira, 17 de junho de 2020

MARACANÃ, O SETENTÃO.

Maracanã completando 70 anos de existência.

Comecei a frequentar o estádio Mário Filho à partir de 1976 quando ia quase todos os domingos transmitir o clássico da rodada do Carioca pela rádio Gazeta.

A Gazeta fazia a cobertura da rodada do Paulista, que sempre começava as 16 horas, e fechava as transmissões com o segundo tempo do carioca por volta das 6 da tarde.

Perdi a conta do quanto viajei aos domingos para o Rio de Janeiro ao lado de um operador de áudio para essas transmissões.    Comentarista e repórter eram cariocas.

Fazíamos a segunda etapa dos clássicos - sempre tinha um grande clássico fechando a rodada - e depois voltávamos pela noite nos saudosos Electras da Varig na ponte aérea.

Muitas vezes almoçávamos no próprio estádio num marmitex que comprávamos em um restaurante atrás das cabines e que era caseiro e muito gostoso.

Hilário era o nome de um senhor que cuidava das cabines do Maraca e ele sempre arrumava um espaço para transmitirmos.    Quando não dava a gente ficava acima das cabines, no telhado das mesmas, mas aí expostos a sol ou chuva.

Eu me realizava pois via na lanchonete antes dos jogos grandes feras da comunicação carioca, como João Saldanha, Doalcey Bueno de Camargo, Jorge Cury, Chico Anisio ( que comentava pela Tupi ), Luiz Mendes, Waldir Amaral, além de atores famosos que iam assistir às partidas.

Sempre foi emocionante trabalhar no Maracanã.
Não era escala, era um prêmio.

Normalmente havia 90, 100 mil pessoas todos os domingos para Vasco x Flamengo, Fluminense x Botafogo, Fla x Flu, Botafogo x Vasco, Vasco x Fluminense...

Me lembro que um dia numa das cabines transmitindo um desses jogos, olho para trás e vejo sentado e nos acompanhando o lendário Jorge Cury.     Deu tremedeira.

Cury e Waldir Amaral dividiam a transmissão, um na primeira etapa e outro na segunda.
Por isso ele estava descansando alí atrás em nossa cabine.

Fiz um sinal de positivo pra ele e recebi de volta um aceno carinhoso, de prestígio.

Parabéns ao Maraca, setentão, sempre jovem, colecionador de histórias e estórias.
De boas e de más lembranças, mas tudo no contexto emocionante do futebol.




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