O torcedor de futebol tem muitos direitos quando o assunto é PAIXÃO pelo seu clube.
Tem muitos direitos, mas não TODOS.
Qualquer ação que passe dos limites do respeito ao próximo, em qualquer setor da sociedade, deve ser evitada, e se for o caso, condenada, punida.
Não só no Brasil mas em outras partes do mundo a gente assiste e já assistimos a muitos exageros com desrespeito a seres humanos e que estão exercendo a sua profissão, seja a de treinador, atleta...
Vemos as vezes facções de torcidas exigindo encontros com técnicos, jogadores, dirigentes, numa clara demonstração de coagir pois estão em grupos e isso é claro que intimida.
Aqueles a quem chamamos de "torcedor comum" jamais irão deixar o seu trabalho para ir ao clube e nos treinamentos pressionar os profissionais. Jamais.
É o famoso e antigo "cada um, na sua".
Nos estádios durante os jogos é lícito vaiar, criticar, protestar, assim como pelas redes sociais. Mas não pode passar disso.
Mesmo que se invoque a PAIXÃO, o grande amor pelo clube, nada justifica colocar o profissional e sua família em pânico com ameaças verbais ou físicas.
Aí vai aparecer alguém que dirá "ah, mas no futebol sempre foi assim" ou "quem está trabalhando no futebol já sabe disso" ou etc etc etc. Papo ultrapassado e errado.
O esporte na sua essência não pressupõe terror a quem o pratica, seja amador ou profissional.
Tocamos num tema simples e muito desprezado, o RESPEITO AO PRÓXIMO.
Ninguém gosta de ser ameaçado quando no exercício de sua profissão. Cobrado, sim, mas respeitosamente, com limites. Essa cultura de que no futebol é diferente soa como arcaica e que inclusive já vitimou muita gente. Precisamos modificar nossas atitudes e convicções violentas, intimidadoras.
O mundo está violento, desorientado, perigoso, exatamente por mantermos a velha mentalidade da barbárie, do terrorismo, da intimidação. A técnica dos "valentões" ( em grupo ) precisa ser combatida energicamente e extirpada se possível.
Se não passarmos a ver a vida de maneira diferente, mais leve, empática, nada irá mudar em nosso dia a dia.
O futebol impacta, emociona, mexe com o sistema nervoso, assim como outras atividades do cotidiano, mas NUNCA deve ser pretexto para a violência. É diversão, entretenimento, mesmo sendo uma competição.
Sei que é tarefa difícil combater a ignorância, em todas as áreas, mas não podemos cruzar os braços e achar que 'é mesmo assim' e que não tem jeito.