quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O ADEUS AO RÁDIO 'AM'

Cidadãos como eu, vividos há algumas décadas, vão se assustando com a extinção aos poucos dos prefixos de rádio em ondas médias, o conhecido AM.

Num futuro breve teremos todas as emissoras operando em FM, além é claro dos aplicativos que já existem e andam fazendo sucesso, podendo ser acessados em todo o nosso planeta.

Os mais jovens, os jovens, por razões óbvias, nem sintonizam as rádios em AM.
Essa frequência gostosa para nós, mesmo com os chiados e interferências naturais, marcou a nossa vida de ouvintes.

Nesses dias tivemos os 1.100 da rádio Globo saindo do ar.
No Rio os 1.220 da emissora já deixaram de existir há meses.
O 780 da antiga Excelsior e que operava CBN/SP também já saiu.
Todos migrando para a frequência em FM, som limpo, audível, fácil de sintonizar.

Os empresários do meio mostram números das altíssimas despesas que os transmissores AM geram, incompatíveis com as receitas atuais, além das reclamações dos ouvintes por não conseguirem sintonizar em regiões onde há as redes elétricas e outros tipos de interferência.

E com tudo isso ainda há a programação governamental determinando que as AMs sejam transferidas para o FM, inclusive abrindo espaços no "dial" para tal, ampliando as frequencias também em razão da era digital.

Enfim, mudança inevitável e necessária pela modernidade técnica e operacional que temos.

Ficarão as lembranças aos que tem mais de 40 anos dos sons gostosos do AM, dos grandes e pequenos prefixos, dos programas que marcaram época e as nossas histórias.

Outro dia ouvi de um amigo, e concordei com ele, do quanto era mais gostosa e emocionante a transmissão de um jogo de futebol pelo AM ainda com aquele "som de telefone", a linha física de transmissão.
Ele disse que hoje o som é "muito limpo" e não fica emocionante.
Já os mais jovens preferem as jornadas em FM exatamente pela clareza e equalização do áudio.

Claro que são memórias de quem viveu uma outra época, e época que marcou momentos da infância, juventude e tudo mais.
Mas é um registro gostoso de se fazer e extremamente válido.

Em resumo, não há como brigar com a modernização.
Ela existe e aí está.

Porém eu que comecei a carreira numa rádio AM entendo perfeitamente o lamento e o saudosismo das pessoas da minha idade e vivência.

Por isso, amigos contemporâneos, curtam enquanto é tempo as AMs que ainda estão operando, porque logo logo elas desaparecerão do seu "dial" e das nossas vidas.










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