Não é fácil ser idolo, mas no fundo todos querem. E muitos depois se arrependem pois se perderam pelos caminhos da vida. E há os que não se arrependem, é claro.
O assédio, a idolatria, são pressões que atormentam, descontrolam, afinal somos todos seres frágeis e quebráveis intimamente.
Raríssimos aqueles que conseguiram ou conseguem dominar a idolatria recebida. E os que idolatram, da mesma forma. Acabam perdendo até a identidade pessoal, ficam irreconhecíveis aos olhos mais próximos.
A idolatria é quase sempre sufocante e inebria o alvo deixando-o com os pés fora do chão.
Assim como na vida social simples e corriqueira do nosso dia a dia o "álcool" se fixa como uma muleta, nos grandes personagens - seja de qualquer atividade - ele se potencializa.
Quantas personalidades poderíamos relacionar que se perderam pelos caminhos das drogas - lícitas e ilícitas - ao longo de décadas. Dezenas e dezenas. Centenas.
A idolatria é um desafio gigante para qualquer cabeça. Os idolatrados que conseguem se segurar fazem parte de uma minoria e certamente em algum momento estiveram à beira do abismo. É muito tentador e acaba conduzindo a patamares muito elevados de valores.
Não há como interromper essa cultura, evidentemente, sempre haverá fãs e idolos, até porque muitas vezes o exemplo limpo pode contribuir positivamente para organizar cabeças, mas é um tema deveras complicado e melindroso.
Missão quase impossível é conseguir "desidolatrar" alguém. Convencer alguém de que aquela pessoa que faz sucesso é um ente igual nas dificuldades do cotidiano e etc., é quase perda de tempo. Psicólogos e afins conseguem bons resultados, mas essa questão nem sempre é levada para os consultórios especializados.
Idolatra-se, canoniza-se, assedia-se, na maioria das vezes sem qualquer limite. Sem respeito às fragilidades emocionais do idolatrado. Mas quem pensa nisso?
Sabemos que o povo "precisa" de idolos. Há grandes estudos sobre isso. O que se sonha é uma idolatria ponderada, inteligente, saudável e que não destrua a vida de ninguém emocionalmente.
Não é proibido admirar alguém, seja de qualquer área e setor, e nem precisa ser famoso, mas pensar e raciocinar com equilibrio e sensatez nessa "idolatria" contribuiria demais para minimizar mentes que se perdem. Dá para fã e idolo conviverem numa boa, sem excessos e imaginações cinematográficas.
Termino dizendo que essas minhas reflexões não tem o teor de condenar ninguém. Nem fãs, nem os idolos. Tudo é permitido desde que haja controle, limites, discernimento, inteligência emocional. RESPEITO, acima de tudo.