Agora no final de janeiro completaram-se 21 anos da minha saída da Bandeirantes.
O grupo que chegava para assumir o departamento de esportes da emissora abriu mão dos meus serviços e pela primeira vez na vida, e aos 50 anos de idade, eu ficava desempregado.
É claro que foi um baque.
É claro que fiquei deprimido.
Bagunçou minha cabecinha e principalmente pelo fato de estar com 50 anos num País fortemente preconceituoso em dar emprego para "idosos".
Já naquele tempo ouvia-se muito que a crise era forte e que nosso meio jornalístico não oferecia muitas oportunidades de emprego.
Reuni a família, expus toda a situação, recebi o grandioso apoio e passei a fazer contatos com amigos de outras emissoras.
Os "nãos" foram muitos.
Os argumentos sempre aqueles de que não havia vaga, não havia verba para contratar e tudo mais. E principalmente num inicio de ano onde sabemos que tudo é paralisado.
Foi numa visita à Band para o acerto final das contas que estive com dois amigos muito queridos, Mauricio Staut e Nelson Guzzardi.
Me perguntando se nada havia pintado no lance de emprego, disse que não, e então eles pegaram o telefone e ligaram para Luiz Duarte no Sportv.
A resposta foi que não tinha verba para contratar definitivamente e caso me interessasse poderíamos conversar sobre pagamento de cachês por transmissão.
Entrei em contato depois com Luiz Duarte e o saudoso Paschoal Ambrósio e acertamos o vínculo.
Mário Sérgio, de saudosa memória, também foi contratado nesse periodo.
Durante ano e meio fiz o trabalho para a Globosat como freelancer.
Somente quando fui convidado pela RedeTV para narrar o Paulistão é que fui efetivado no canal Sportv. O diretor Guilherme Zattar foi quem me deu um contrato efetivo.
Conto essa história pois já estou há mais de duas décadas no Sportv e já de algum tempo avalio como foi benéfica a minha saída da Band e a tomada de um novo rumo.
Adorei trabalhar na emissora do Morumbi ( rádio e TV ), tenho ótimas lembranças, cresci pessoal e profissionalmente, fiz amizades e mais amizades, saí de cabeça erguida e de bem com todos.
O Sportv deu um "up" na minha carreira, abrindo as portas para a experiência na tevê fechada.
Fica também o recado àqueles que quando saem de uma empresa pensam em fim do mundo, caos total, perseguição, injustiça e etc.
Não é legal quando acontece, porém nos liberta, nos instiga a desafios, nos tira da zona de conforto.
O mundo está aberto a todos os que se propõem a desafia-lo.
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