segunda-feira, 21 de outubro de 2019

SINALIZADORES, O PERIGO.

Janeiro de 2013, estádio do União São João de Araras, interior paulista.

Transmitíamos pelo Sportv uma partida da Copa SP de juniores.

Corinthians em campo e nas arquibancadas a torcida alvinegra com muitos sinalizadores acesos.

Num determinado momento a fumaça provocada pelos sinalizadores foi tão intensa que a partida teve de ser paralisada.
Demorou até que ela se dissipasse e o jogo seguisse.

Eu e o amigo comentarista Luiz Ademar falamos então do perigo dos fogos de artificio, dos acidentes já registrados com pessoas tendo altas queimaduras, além da poluição ambiental.

E perguntávamos, é claro, como que os sinalizadores tinham entrado com os torcedores, já que existe a revista dos policiais nas catracas.

O jogo depois de quase 20 minutos prosseguiu e começamos a receber nas redes sociais uma enxurrada de criticas aos nossos comentários.
Reclamou-se muito da nossa posição contrária à utilização dos fogos, pois segundo os torcedores eles fazem a festa do futebol, alegram o ambiente e tal.

Deram enfase a que os fogos são inofensivos e que não iriam machucar ninguém.
Fomos chamados de ranzinzas, velhos, ultrapassados e etc.

No mês seguinte o Corinthians jogou pela Libertadores na Bolivia contra o San Jose.

O que aconteceu?

Um projétil partiu da torcida corintiana onde pululavam sinalizadores e matou o garoto Kevin Espada de apenas 14 anos.

Não é preciso dizer que eu e Luiz Ademar não recebemos nenhum twitter dizendo que nossos comentários um mês antes eram procedentes sobre a imprudência de acender fogos de artificio em espaços como um estádio de futebol.

E a familia do menino chora até hoje o ocorrido.

E torcidas nos estádios brasileiros continuam acendendo sinalizadores nas arquibancadas.












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